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sábado, 25 de maio de 2024

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TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: Diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos adequados são fundamentais para uma vida plena e inclusiva

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: Diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos adequados são fundamentais para uma vida plena e inclusiva
03 abril
08:30 2023

De acordo com o último levantamento feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, o autismo afeta a cada ano um número maior de crianças. Em 2021, dados mostravam que a cada 44 novas crianças, uma nasce com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Dois anos depois, o número já mudou e agora, são 1 a cada 36 crianças. No Brasil, não há uma estimativa precisa do número de pessoas com autismo, mas estima-se que existam cerca de 2 milhões de brasileiros com o transtorno.

A alteração da nomenclatura é um dos fatores que chama atenção. O médico pediatra e membro do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Renato Santos Coelho, salienta que as primeiras descrições foram feitas em 1943 por Leo Kanner foi um psiquiatra austríaco radicado nos Estados Unidos. Ele publicou uma obra chamada distúrbios autísticos do contato afetivo com uma descrição de onze casos de crianças.

“Esse conceito vingou até o início dos anos 2000, quando a neurociência começou a entender de forma diferente e compreendeu que era um espectro, não podendo mais ser chamado de autismo porque havia condições clínicas muito variadas. O autismo não é uma doença, mas sim um jeito de funcionar a mente. Por isso chamamos de um funcionamento atípico da mente”, explicou.

Classificações

As classificações servem para ajudar os médicos a separarem diferentes perfis de crianças dentro de um espectro. É mais prevalente em meninos. A classificação pode ser considerada de acordo com o nível de suporte que a criança precisa conforme descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição ou DSM-5”.

A avaliação é feita através da consulta com o pediatra que poderá, de forma disciplinar, encaminhar todo o acompanhamento.

“A criança que consegue ter um bom desenvolvimento da fala, mas tem muitos sintomas autistas e com funcionalidade adequada para idade dela, fica no nível de suporte 1. A criança que não sabe se comunicar bem, nem em palavras nem em mímicas, já entra no nível de suporte 2, por exemplo. Já no nível de suporte 3, é necessário sempre um suporte de um adulto para atividades do dia-à-dia”, disse.

A classificação pelo CID 11 já possui classificações diferentes. Todos os transtornos que fazem parte do espectro do autismo, como o autismo infantil, a Síndrome de Asperger, o transtorno desintegrativo da infância e o transtorno com hipercinesia, por exemplo, foram reunidos em um único diagnóstico: o TEA (Transtorno do Espectro do Autismo).

Causas

O autismo vem sendo classificado como poligênico, segundo explica o médico pediatra e membro do Comitê de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Renato Santos Coelho. Isso quer dizer que ele tem uma base genética bem evidente, mas não é dependente de um único gene.

“São múltiplas causas porque a neurociência ainda está estudando o assunto, sendo feitos trabalhos que avaliam possíveis impactos de fatores ambientais como nutrição e poluição ambiental, que podem funcionar como gatilhos, ou desencadeantes”, explica.

Segundo o médico, há pouco conhecimento sobre medidas preventivas. O que se tem são estudos genéticos que podem demonstrar uma maior chance de ter um segundo filho, por exemplo, com espectro autista.

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