“Tutuzeando” na sala Carmen Biasoli
Domingo às 20h, “Tutuzeando: um experimento surreal” na UFPel. Entrada franca
Por Carlos Cogoy
Antonin Artaud (1896/1948), como base conceitual. Num “ritual” cênico, o exercício do Teatro da Crueldade. Em cena, violência sensorial, performances, expurgações viscerais, devaneios, questões políticas e religiosas. Como textos, autoria de Grégori Eckert e Bruna dos Anjos – cursa teatro na UFPel -, narrativas que seguem o “fluxo do inconsciente”. O espectador participa, sendo provocado numa fusão palco e plateia. Divulgação de “Tutuzeando: um experimento surreal”, que tem direção e dramaturgia de Grégori Eckert. A montagem será avaliação final da disciplina de encenação teatral II, com orientação do professor Paulo Gaiger da formação em teatro na UFPel. Apoio de Daniel Mota do Centro de Treinamento Equipe Mota. A apresentação acontecerá domingo às 20h na sala Carmen Biasoli da UFPel, à rua Alm. Tamandaré 301.
CRUELDADE – Além da direção e concepção dramatúrgica, Grégori também atua no experimento. No palco, ele será acompanhado por Samuel Pretto e Grazielle Bessa. O jovem ator e diretor menciona acerca da base conceitual de “Tutuzeando”: “Meu trabalho tem grande influência do ator e diretor Antonin Artaud, criador do Teatro da Crueldade. O teórico pensa num teatro onde há intenso treinamento do corpo, onde se usa o grito constantemente e a respiração tem um papel fundamental. Há a aproximação da preparação física do corpo de um atleta com o preparo corporal e afetivo de um ator. Assim fundamenta-se o Teatro da Crueldade, onde cada cena é única e a ação do personagem foge de convenções sociais, aproximando-se do primitivo”.
EXPERIMENTO – Grégori convida a comunidade para prestigiar a apresentação e explica: “Não racionalize! Não cogite! O quão profundo você consegue chegar? Se deixe levar, entre em seu próprio devaneio. Devaneie-se. Sim, sonhe acordado, aqui você pode ‘Tutuzear’”. A música é de Pedro Andrade, Marco Antonio Duarte e Mario Celso Pereira Jr. Maquiagem a cargo de Anna Quinteiros, Laís Maciel e Kauwá Apurinã/Pietra Dolamita. Figurinos de Larissa Tavares e Pietra Dolamita. Na iluminação: Juliana Caroline e Éderson Pestana. A programação visual é de Mariana Braoio. Grégori acrescenta: “O experimento será tema do meu trabalho de conclusão de curso. E será trabalhado no decorrer do ano e apresentado para a banca e o público em geral. Pretendo me formar ao fim do ano, e continuar com o projeto ‘Tutuzeando’, inscrevendo-o em editais e apresentá-lo pelo Estado. Quero dar um tempo da universidade e trabalhar mais no palco, aprofundar em conhecimentos práticos, tanto da direção, como na atuação. Futuramente então, pretendo fazer um mestrado e doutorado, direcionando aos aprendizados durante o meu percurso prático nos palcos”.
TRAJETÓRIA – Natural de Teutônia, Eckert está em Pelotas desde 2014, quando chegou para estudar teatro. Por aqui, participou das montagens: “Matilda, o musical”, texto de Roald Dahl’s e direção de Airton Marino; “Experimento cênico: Sobreviver”, direção e dramaturgia de Melissa Vieira; cenas de “Otto Lara Resende, ou Bonitinha, mas ordinária” de Nelson Rodrigues, com direção de Daniel Furtado; “21”, texto de Patrick Roche, apresentação final da disciplina de Expressão Vocal II, ministrada por Lindsay Gianoukas; “Haram”, direção coletiva de Carlos Escouto, Carla Araujo e Grégori; “As Coéforas” tragédia grega de Ésquilo; “Oxumaré”, direção de Grégori Eckert; “A cidade como palco: circuito cênico”, proposta do prof. Adriano Moraes, que visava apresentações em diferentes cenários urbanos; “Tutuzeando: um experimento surreal”.
HISTÓRIA – Em 2012, Eckert teve aulas de teatro na escola, numa atividade extracurricular da professora Deici Roseli Weschenfelder. As aulas resultaram num festival de teatro das escolas estaduais de Marau. No município, participou da tentativa de formação do grupo “Teatro de Dionisio”, decorrente da iniciativa do professor Marino Otavio. Em 2013 na Casa de Cultura de Marau, integrou a comédia infantil “Vidinha e o vilão dos maus hábitos”.