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quinta, 26 de dezembro de 2024

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UFPel inaugura Laboratório de Rastreamento Ocular

UFPel inaugura Laboratório de Rastreamento Ocular
13 dezembro
07:57 2022

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) inaugurou, nesta sexta-feira (09), o Laboratório de Rastreamento Ocular. O espaço, criado para ser multiusuários e multidisciplinar, fica no quarto andar do Campus Anglo e dedica-se a essa técnica de pesquisa considerada altamente confiável e acurada para estudar a cognição humana.

Com o rastreador ocular, os movimentos oculares de uma pessoa durante a execução de uma tarefa são monitorados e registrados de forma não invasiva e em tempo real. Os dados oculares são informativos por revelarem as atividades de processamento, favorecendo inferências sobre tarefas cognitivas e linguísticas. Por isso, o equipamento pode ser usado por pesquisadores de diversas áreas, viabilizando investigações sobre temas diversos, além de ter várias aplicações no cotidiano. O equipamento infravermelho é um empréstimo da Universidade Técnica de Dortmund (Alemanha) e, assim, a UFPel torna-se a única instituição gaúcha com a tecnologia. De acordo com um dos idealizadores do espaço, professor Bernardo Limberger, a técnica é usada desde os anos 1980 e foi se desenvolvendo ao longo dos anos, mas é relativamente nova no Brasil.

O rastreador ocular pode ser usado para análises envolvendo textos, imagens estáticas ou em movimento, subsidiando diversos tipos de estudos. Os experimentos podem envolver, por exemplo, segmentos como leitura – forma como uma pessoa lê –, marketing – onde a pessoa fixa o olhar ao acessar um site -, psicologia – de que forma pessoas com autismo ou dislexia processam as informações -, urbanismo – com avaliações de mobilidade, nesse caso com a necessidade do uso do equipamento em formato de óculos. “São múltiplas possibilidades. Por isso o Laboratório pode ser usado por estudantes e professores de diferentes áreas do conhecimento da UFPel ou de outras universidades que queiram usar a técnica”, convidou. Serão privilegiadas as coletas de dados, mas reuniões e outras atividades também poderão ser realizadas no espaço.

A professora Angela Klein, também idealizadora do Laboratório, igualmente ressaltou as inúmeras informações que podem ser obtidas com o equipamento. Para exemplificar a infinidade de aplicações da técnica, a docente mencionou estudos já desenvolvidos pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), como desempenho de alunos em cálculo; o quanto a pontuação interfere na compreensão do texto; relação entre a compreensão de textos e problemas matemáticos; e até mesmo a maneira como indivíduos deprimidos olham para expressões faciais – estudos apontam que essas pessoas passam menos tempo olhando para rostos sorridentes e o equipamento poderia contribuir para diagnóstico. De acordo com ela, o grupo da UFPel precisa especialmente da participação de integrantes que possam atuar nas análises estatísticas.

Desenvolvendo ciência

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação em exercício e coordenador de Pós-Graduação da UFPel, Rafael Vetromille-Castro, parabenizou o grupo de pesquisadores responsáveis pela iniciativa. “É uma conquista muito importante, fruto de um trabalho sério que já vem sendo feito há muito tempo”, disse.

O coordenador de Pesquisa da Universidade, Marcos Britto Corrêa, ressaltou que o Laboratório de Rastreamento Ocular já nasce afinado com a estratégia da gestão para investimento em infraestruturas compartilhadas. “No momento em que vivemos, com ataques contínuos à ciência e à educação, a proposta é que possamos usufruir da nossa infraestrutura da melhor maneira: que mais pessoas possam acessar os recursos da instituição, que é pública. Esse espaço será muito bem utilizado pela comunidade”, pontuou.

ContatoO Laboratório de Rastreamento Ocular é coordenado pelos professores Bernardo Limberger e Angela Klein e foi equipado com o apoio da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (Proplan), da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs) e da Universidade Técnica de Dortmund (Alemanha).

O Laboratório fica na sala 431 (campus Anglo) e o contato pode ser feito pelo e-mail [email protected].

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