Diário da Manhã

terça, 24 de dezembro de 2024

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Uma Ode à Beleza Humana

03 agosto
09:08 2021

Por: Vernihu Oswaldo

Editor do Canal Allímpico

Durante uma olimpíada milhares de momentos históricos ocorrem. Pensei muito nisso: qual mágica é necessária para tornar um instante eterno? A resposta? A beleza! A beleza inerente aos humanos. As olimpíadas gregas marcavam o ápice corporal, com homens de corpos “perfeitos”, que detinham a missão de realizar grandes feitos físicos. O tempo passou e o conceito de beleza sofreu inúmeras transformações. Atualmente ainda contemplamos o físico, mas começamos a perceber outras belezas… E a Olimpíada de Tóquio está aí para nos dar essa lição.

REBECA Andrade: primeira brasileira com duas medalhas ganhas na mesma Olimpíada: ela é a história
Foto: Ricardo Bufolin / CBG

Como não sorrir ao olhar para Rebeca Andrade? O rosto de menina, a impressionante calma e o onipresente sorriso. A campeã olímpica tem muita beleza. E o que dizer do experiente Robert Scheidt, no alto dos seus 48 anos? Ele nasceu 12 anos antes do segundo velejador mais velho de sua classe. Impassível. Traços duros. Olhar de criança. Quem vê nem imagina que ali está o Pelé das águas, o maior medalhista da história do Brasil em Olimpíada. Rebeca e Robert. Dois dos maiores atletas brasileiros. Opostos. Mas igualmente lindos.

A beleza não acontece só com os brasileiros. Mutaz Essa Barshim, do Catar, e Gianmarco Tamberi da Itália. Um negro e um branco, origens distintas. Decidiram, juntos, em um acordo de cavalheiros, parar de saltar e dividir a medalha de ouro no salto em altura. E mais, comemoraram juntos, como dois irmãos de sangue e de alma, no degrau mais alto do pódio. Certeza que os deuses olímpicos sorriram. Como esquecer nossa linda fadinha do skate, ou nossa fênix do taekwondo: Rayssa e Milena. E as lágrimas de Mayra Aguiar, dona de três medalhas olímpicas em três Olimpíadas. Ou Luiza e Laura, donas da medalha mais inesperada da nossa história: bronze no tênis por duplas.

A beleza não está apenas em corpos perfeitos ou em sorrisos alinhados. A beleza mora em cada passo, em cada erro, em cada acerto, em cada trajetória. Cada vez que um atleta chora, o que escorre por seu rosto são gotas de beleza. O suor. O riso. O grito. Seja de choro, seja de alegria. Não importa.

O que importa é que as olimpíadas são o maior espetáculo da Terra! Um lugar no qual a beleza ressoa, onde a cultura ecoa e o ser humano atinge seu ápice.

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