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Universidades públicas vivem paradoxo, diz professora da UFPel

Universidades públicas vivem paradoxo, diz professora da UFPel
21 maio
18:29 2015

As universidades públicas no Brasil vivem hoje um sério paradoxo. Ao mesmo tempo em que se abrem mais ao público através das cotas, mantêm a lógica de atenderem, majoritariamente, através de suas pesquisas, os interesses de empresas privadas. A preocupante questão foi colocada ao público pela professora Maria de Fátima Cóssio, da Faculdade de Educação (FaE) da UFPel, durante a palestra Universidade Pública no Brasil: Contextos e Práticas.

A palestra, realizada na tarde desta quinta-feira (21), no Salão de Atos da Faculdade de Direito, fez parte do Ciclo promovido pela Coordenação de Desenvolvimento de Pessoal da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas. Esta palestra foi realizada em conjunto com o Núcleo de Pedagogia Universitária da Pró-Reitoria de Graduação.

Em sua fala, a professora considerou que o momento é propício para se discutir a Universidade Pública, já que estão na pauta da nação as distinções que há entre o público e o privado. “Hoje, 90 por cento das universidades da América Latina dedica-se exclusivamente ao ensino e trabalha de acordo com a demanda do mercado”, observou Fátima Cóssio, a uma atenta plateia.

Ela disse que as pesquisas são feitas de acordo com interesses individuais dos pesquisadores, ligados ao mercado e às empresas. “Os espaços públicos e o pessoal das universidades são usados para atender fins privados e lucrativos, e isto é muito sério”, afirmou, em tom de denúncia.

A docente da UFPel sublinhou que a lógica da universidade pública para o público está alterada. “É para um público específico, o empresarial”, alertou, chamando a atenção para o paradoxo criado com o fenômeno. “Isso acontece ao mesmo tempo em que abrimos mais as universidades para cotistas e em que temos dificuldades para garantir a permanência destes alunos”, ressaltou.

Na sua palestra, a professora abordou pontos como concepções de universidades, contexto atual, censos, o novo Plano Nacional de Educação (PNE), programas e políticas para o ensino superior e demandas sobre o papel da universidade pública.

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