VIDAS NEGRAS : Sesquicentenário da pioneira na história assistencial de Pelotas
Dia 13, 150 anos do nascimento de Luciana de Araújo
Por Carlos Cogoy
A 13 de maio, o Instituto São Benedito – rua Félix da Cunha nº 909 – completou 119 anos. Oferecendo educação fundamental, o espaço acolhe mais de cem crianças que sobrevivem na condição de vulnerabilidade social. A criação do espaço foi iniciativa de uma mulher negra, Luciana Lealdina de Araújo (1870/1930). Nascida em Porto Alegre a 13 de junho, no sábado transcorreu o sesquicentenário de nascimento. A lembrança é do ex-vereador Luis Carlos Mattozo, coordenador do Projeto Museu do Percurso Negro. Conforme Mattozo, a “Mãe Preta” Luciana Araújo é a pioneira na história assistencial de Pelotas.
EXEMPLO – Filha de mãe escrava, ao chegar em Pelotas, Luciana Araújo deparou-se com meninas negras órfãs. Ela estava enferma, com tuberculose, e fez uma promessa a São Benedito. Se fosse curada, auxiliaria as crianças negras. Recuperada fisicamente, em 1901 ela esteve à frente da fundação do Asilo de Órfãs São Benedito. A primeira sede foi a casa 7 à Praça da Matriz – atual José Bonifácio – onde funcionou até 1915. Para manter o espaço, Luciana era quitandeira, e também percorria a comunidade para angariar doações. Em 1908 ela mudou-se para Bagé e, em 1951, o asilo passou a chamar-se Instituto São Benedito. A pioneira está homenageada com a designação da Escola Municipal Ensino Fundamental Luciana de Araújo.
BAGÉ – Em 1909 na Rainha da Fronteira, Luciana Araújo criou o Orfanato São Benedito. Após período na direção, entre 1922 e 30, Luciana coordenou uma creche para criança pobres. Em Bagé, ela é homenageada com o nome de rua.
ÍCONE – Mattozo menciona que, em 2015, a revista Ícones Negras, publicou a relação das cinco mulheres negras mais importantes na história brasileira. E Luciana Lealdina de Araújo é a quinta, ao lado de nomes como a atriz Ruth de Souza e a cantora Zezé Motta.