VIOLÊNCIA RACIAL : A doce capital dos homicídios no Estado
Por Carlos Cogoy
Doce Pelotas, a capital gaúcha do assassinato. Uma cidade que mata tanto, será que já não morreu? O questionamento constava numa das frases da mobilização realizada pelo movimento negro de Pelotas. No sábado, manhã e tarde, tenda foi instalada no Calçadão – em frente ao chafariz das Três Meninas.
No local, distribuição de material aos transeuntes, troca de ideias e assinaturas. No documento, a crítica à violência racial em Pelotas e o apelo por ações nas áreas de segurança e justiça. Ao entardecer, organizadores constataram que mais de mil pessoas assinaram o pedido. Entre os destinos do “abaixo-assinado”, o Ministério Público.
CAPITAL – A violência está no DNA da cidade. Nas charqueadas, o trabalhador escravizado tinha vida abreviada diante de jornada exaustiva. Na cidade açucarada pela imagem associada ao “doce”, a contemporaneidade explicita em números a brutal desigualdade social. No ato “Pelotas: a capital gaúcha do assassinato”, organizadores expressaram que 80% das vítimas são da população negra. Na taxa de homicídios referente a cada cem mil habitantes, São Paulo aparece com 6,6 mortes. Já o Rio de Janeiro chega a 12,5, e Porto Alegre atinge 19,7. A capital do doce, no entanto, expõe sua face amarga com trinta óbitos a cada cem mil.
MOVIMENTO negro noutra faixa exposta no sábado, manifestava: “Contra a violência. E pela paz que eu não quero seguir admitindo!!!”.