Wender desafia o tempo
Lateral inicia sexta temporada no Brasil e se mantém eficiente aos 38 anos
Em novembro de 2011, o Brasil começava a montagem do elenco de jogadores para a primeira gestão do presidente Ricardo Fonseca. Uma das primeiras contratações foi o então meio-campista Wender, cuja principal referência era a de ter jogando no Criciúma. Cinco anos se passaram. O volante se tornou lateral-direito. Está ingressando na sexta temporada seguida como jogador do Xavante. Wender desafia ainda outra marca estabelecida pelo tempo: continua jogando em bom nível, apesar de seus 38 anos de idade.
Wender chegou ao Brasil para disputar posição com outros meio-campistas, cujos nomes já se apagaram na memória da torcida rubro-negra. Quem se lembra de Rodrigo Dias, Dione, Pierre, Ezquerra? Todos passaram, mas Wender permaneceu. Sua contratação foi uma indicação do técnico Luizinho Vieira e a negociação foi encaminhada pelo gerente de futebol da época, Lúcio Collet.
“Eu tinha jogado no Mirassol e, depois, fui para casa em Goiás de férias. Foi meio engraçado, porque nem sei como eles conseguiram meu contato. Eu já conhecia o Brasil de ter jogado contra quando estava no Criciúma. Eles me passaram o projeto, eu gostei e vim para cá”, recorda. “O clube estava passando por momentos difíceis, com dificuldades imensas financeiras, na segunda divisão”, completa.
MUDANÇA – Em maio de 2012, depois da saída de Luizinho Vieira e da passagem meteórica de Marcelo Rospide pelo Bento Freitas, o técnico Rogério Zimmermann chegou ao Brasil. O grupo contava com quase 40 jogadores. Após a segunda divisão, o treinador promoveu reformulação no elenco, criando a base responsável pelas conquistas nos anos seguintes. Discreto, sem badalação e eficiente, Wender assegurou seu espaço no grupo e na equipe.
Para o lateral-direito, a transformação no Brasil só foi possível graça ao atual treinador. “O Rogério é importantíssimo. Ele colocou o método de trabalho dele, com um projeto, com objetivos para os atletas. É o grande responsável pelo que aconteceu de evolução no clube”.
Depois do acesso à primeira divisão estadual (2013), de dois títulos do interior no Gauchão (2014 e 2015) e dois acessos nacionais (2014 para a Série C e 2015 para a B), Wender olha para frente e vê um cenário possível de alcançar novas e maiores conquistas.
“Eu vivo um dia depois do outro, mas penso em conquistar mais do que já foi conquistado aqui no Brasil. Quem sabe uma vaga na Série A de Campeonato Brasileiro ou até uma Libertadores. O clube tem condições e possui um grande patrimônio que é a torcida”, conclui o jogador.