YOGUE-SE : Meditação, exercícios, culinária e música
Projeto oferece cursos de meditação e autoconhecimento, oficina de culinária vegetariana, retiros, mantras e música indiana
Por Carlos Cogoy
Dias 18 e 19 de junho, curso básico de autoconhecimenbto e Ayurveda. Na primeira quinzena de novembro, retiro de yoga e meditação. Algumas das atividades do projeto “Yogue-se”, coordenado por Lucas Becker Larivoir Esteves, que se identifica como “Lalan Bkr”. Domingo no espaço de arte Daniel Bellora, menciona Lucas, houve oficina de culinária vegetariana. E o convidado foi “Ajaya Deva”. Entre as atividades regulares do “Yogue-se”, curso básico de meditação e yoga. Os encontros, para iniciantes, acontecem às segundas às 19h. Lucas acrescenta: “Yogue-se é um projeto de difusão da filosofia yogue e outras culturas orientais. Como foco, desenvolvimento e conhecimento pessoal e social. Com anseio de tornar isso uma realidade, o projeto Yogue-se objetiva a troca de experiências pelo convívio com pessoas de interesses afim, através de oficinas, palestras, cursos e vivências. Fomenta o desenvolvimento dos indivíduos, e das relações entre eles, fundamentais para a saúde física, mental e espiritual a partir do indivíduo para uma comunidade.
Sozinho vamos rápido, mas juntos vamos mais longe!”. Informações são divulgadas na Fanpage “Yogue-se”. Contatos: (53) 9900.9884. E-mail: [email protected]
DHARMA – Lucas é instrutor de yoga tântrico e AcroYoga. Desde o ano passado, começou a organizar eventos para estimular a espiritualidade através da yoga. Com o objetivo de popularizar as práticas, tanto de meditação quanto física – asanas -, alimentação e estilo de vida – pensando e agindo individualmente e socialmente -, foi idealizado projeto que também proporcionasse orientação em relação à alimentação e música, com retiros, aulas e vivências. Ele menciona: “Dharma significa propriedade, natureza, característica. A natureza do fogo é queimar, produzir calor. O ser humano tem como característica a busca pela felicidade. Cada ser humano, por ter evoluído dos animais é constituído de dois aspectos distintos. Um aspecto animal e o consciente, que o distingue dos animais. A natureza animal dos seres humanos faz com que eles busquem saciar as necessidades físicas da vida animal, por isso vamos atrás de comida, bebida e outros prazeres materiais. Os animais se satisfazem com esses prazeres limitados. Em geral os animais comem o suficiente para satisfazer e não se preocupam com o excedente. Já para os seres humanos isso não ocorre. O ser humano se move para acumular os objetos do mundo físico na sua busca pela felicidade sem fim. Esses objetos podem trazer uma felicidade momentânea, mas logo esse sentimento passa e outra condição passa a ser necessária para se obter a felicidade”.
FELICIDADE – E Lucas salienta que os prazeres são transitórios e efêmeros. Assim, a ambição por maior remuneração ou poder político, tende à satisfação temporária. “Se alguém não consegue o que deseja, não pode ser feliz, sentindo-se triste e deprimido. A consciência não anseia por prazeres mundanos, porque eles são finitos e não podem satisfazê-la. Assim concluímos que a natureza ‘dharma’ da humanidade é a busca pelo infinito. Somente por meio deste ‘dharma’ é que as pessoas podem desfrutar de felicidade e bem-aventurança. Yoga significa união, num sentido diferente da soma de um mais um ser igual a dois. União aqui é uma soma na qual um mais um é igual a um. Assim, Yoga sistematiza um processo eficaz na busca dessa união com o infinito. Essa união somente é possível com o funcionamento adequado do organismo. Todas as práticas que envolvem a rotina de um yogue, têm como objetivo equilibrar e orientar o funcionamento físico e mental a uma condição ideal. O praticante, nesta busca, experimenta sensações e expressões únicas, provocadas pelo correto funcionamento de glândulas e enzimas”.
Formação com retiros em Viamão e educação neo-humanista
Lucas chegou ao Estado para cursar engenharia geológica na UFPel. Mineiro de Belo Horizonte, há dez anos pratica capoeira. Em 2012, encontrou o yoga em Ouro Preto. Estudante da Universidade Federal de Ouro Preto, iniciou-se com o mestre “Shri Babaji Desay” (Arnaldo de Almeida). Como método, o “Shivam yoga”, adaptação do Tantra Yoga. Ao chegar em Pelotas, durante período, Lucas ainda recebeu instruções a distância.
SUL – Chegando para estudar na UFPel, procurou prática local. Através de Bianca, aluna da monja “Didi Ananda Sushiila”, vinculou-se à Organização Sócio-Espiritual Ananda Marga, cujo significado é “Caminho da Bem-Aventurança”. Como mestre, Shrii Shrii Anandamurtii. Paralelamente, ele prosseguiu estudos em diferentes linhas. “O universo yogue me trouxe uma paz interior nunca imaginada, explosões de felicidade e sentimento de bem-aventurança. Esse sentimento pode ser comparado, bem superficialmente, como aquele que às vezes nos permeia, de que tudo está certo, na hora certa, no caminho certo e nada poderia ser diferente. Tudo está em perfeita harmonia sendo exatamente como é, como parte de um processo que precisa ser vivenciado”, diz.
RETIROS em Viamão contribuíram à formação de Lucas. No começo do ano passado, ele permaneceu mais de um mês interagindo com monges da América do Sul, desenvolvendo práticas e apreendendo preceitos teóricos.
Tantra Yoga
O yogue Lucas salienta que a prática não tem limite de idade. Lesões e limitações também não impedem a prática da yoga, mas devem ser informadas para os cuidados necessários.
TANTRA – “A origem do ‘Tantra’ se perde na história. O ‘Tantra’ não se limita às práticas espirituais, mas permeia todos os aspectos da vida humana. Etimologicamente, a palavra ‘Tantra’ tem duas origens: Tan = bruto, estático + Tra = que liberta. Assim, ‘Tantra’ é o que liberta do bruto ou estático. A outra: Tan = expandir + Tra = o que liberta. ‘Tantra’ é o que liberta através da expansão. Tantra e Yoga têm uma essência em comum. Enquanto Yoga é a meta, Tantra é o processo. Tantra tem inspirado o caminho do Yoga desde os primeiros tempos e seria difícil separar a inter-relação como disciplinas independentes. As práticas tântricas são internas, científicas e muito poderosas enquanto os rituais externos são praticamente inexistentes. Os antigos mestres tântricos mantiveram em segredo os ensinamentos mais profundos justamente para evitar seu uso indevido. Quando estes ensinamentos começaram a vir à vista, deram lugar a muitas confusões e interpretações errôneas. Algumas ligadas a sexo e aspectos materiais da vida atraíram a atenção. A falta de compreensão dessas práticas levou a propagações equivocadas e tornou-se um ótimo negócio para muitos devido ao interesse que isso gerou no Ocidente”, conclui.