Zudizilla com filme, novo álbum e show no Guarany
Dia 6, pelotense Zudizilla apresenta o show “Zulu, Vol.2: De César a Cristo”
Por Carlos Cogoy
Afortunado, Salve, RA Um Nefer, Matrix, Tela em Branco, Tudo Agora, Skit, Hora Dourada, Rumos, Landau, Sonhos Imperiais e Oya. Repertório do novo álbum do artista pelotense Julio Cesar “Zudizilla” Correa Farias, que há quatro anos está residindo em São Paulo. Lançado em março, “Zulu, Vol.2: De César a Cristo”, tem menções à periferia da cidade natal, o racismo estrutural e a barbárie capitalista. Além das questões sociais, Zudizilla também tem versos sobre o amor, a natureza, o tempo, e jazzistas como John Coltrane e Thelonious Monk. Pontuado por sonoridades que evocam fraseados jazzísticos, o disco conta com participações de Emicida, Serginho Moah, CorujaBC1, Monique Britto, Wesley Camilo, B.Art e Ali Jamal. As doze faixas têm vídeos, que podem ser assistidos no canal Zudizilla no Youtube. Em turnê pelo País, o show em Pelotas será dia 6.
GUARANY – Na agenda do rapper pelotense, dia 3, show no Rio de Janeiro. A próxima parada será o Guarany. No dia seguinte, Zudizilla apresenta-se no Opinião em Porto Alegre. Ainda em abril, dia 23 em Salvador, e no dia 28 em São Paulo. Mais informações sobre a turnê no Instagram: @zudizilla
FILME “Vozes do Silêncio” foi lançado nesta semana. Com roteiro de Zudizilla, e duração de treze minutos, o curta apresenta um grupo de jovens negros gaúchos. A abordagem policial, o trabalho em atividades de limpeza, e a perspectiva artística e de formação universitária, provocam o debate sobre a invisibilidade do negro no Estado. Conforme a pesquisadora Winnie Bueno, que tem participação especial, o enfoque que prevalece na sociedade rio-grandense, é que o negro deveria prosseguir na charqueada, numa atividade menor, desvalorizada, sem acesso à educação e perspectivas de ascensão profissional. Ela também menciona o silêncio acerca dos Lanceiros Negros que, na revolução Farroupilha, foram massacrados quando lutavam por uma causa que não era deles. Para frisar a invisibilidade, o mural de Aldo Locatelli no Palácio Piratini, que apresenta a formação do povo gaúcho, mas omite a presença negra. O filme tem direção de Kaya Rodrigues e Luis Ferreirah, e elenco que reúne Agnes Mariá, Dona Conceição, Faylon Lima e Lucas Khallid, bem como os artistas: Mitti Mendonça; Pâmera Zorn; Preta Mina; Vic Macedo; Wagner Mello. O curta foi financiado pelo Pró-Cultura da SEDAC/RS, e contou com o patrocínio de Natura Musical. Para assistir, acesse Zudizilla no Youtube.