CLUBES SOCIAIS : Ginásticas em meio à pandemia
Entidades encaram as dificuldades impostas pela crise e aos poucos começam a respirar novos ares
Em pouco mais de um ano, desde o seu inicio, a pandemia deixou marcas na economia da maioria dos segmentos econômicos e sociais, no Brasil e no mundo. E continua a fazer “estragos”, alguns irreparáveis, de impossível recuperação. Os clubes sociais, por exemplo, pertencem ao segmento que em sua maioria tem de “matar” um leão após o outro para garantir a sua sobrevivência.
Em Pelotas, a situação não é diferente da maioria das cidades brasileiras. Em tempos de crise, a “ordem” econômica é cortar gastos, adaptar-se, no caso das entidades sociais, sobreviver sem prejuízos ao patrimônio e aos associados, mesmo com poucas atividades a oferecer ao seu público.
CAIXEIRAL
O Clube Caixeiral de Pelotas, segundo seu presidente, Victor Hugo Siqueira, teve queda reduzida no número de sócios. E está conseguindo sobreviver às dificuldades impostas pela pandemia, cumprindo suas obrigações num contexto no qual consta uma despesa mensal na ordem de cerca de R$ 11 mil. A entidade de 142 anos perdeu alguns associados, mas permanecem cerca de 120.
“Apesar de a parte social estar desativada, algumas atividades permanecem e nos permitem segurar as dificuldades”, salienta o gestor, apontando alugueis e academia também como fonte de renda do clube.
Na linha administrar com “mão de ferro”, o Clube consegue sobreviver e investir na manutenção e restauração do seu patrimônio, recentemente revitalizado.
DUNAS – No Dunas Clube, a secretaria informa que não houve movimentação negativa no quadro social, o qual é composto por cerca de 650 sócios. As atividades como eventos sociais coletivos permanecem em pausa, ao contrário de algumas individuais, as quais, respeitados os protocolos de distanciamento, estão ocorrendo por agendamento. A entidade fundada em 15 de julho de 1956, atualmente presidida por Bruno Anderson Madrid oferece, dentre outras atividades, natação, tênis golfe, pádel e futebol, aos sócios. A secretaria não informou valores de receita e despesa mensal, da entidade.
BRILHANTE – Protocolos seguidos à risca e que garantem aos sócios a realização de algumas atividades esportivas. É assim que o Clube Brilhante nos seus 110 anos encara o momento de dificuldades impostas pela pandemia. Mas toda e qualquer atividade a ser praticada nas dependências do clube esmeraldino deve ser previamente agendada.
Segundo Jorge Porto, vice-presidente administrativo do Brilhante, a pandemia fez diminuir o número de sócios da entidade, mas não muito. O quadro de associados mantém cerca de três mil sócios.
“Todas as exigências dos decretos de distanciamento social estão sendo atendidas, com rigor, para que o associado possa desfrutar do lazer que o clube oferece”, diz o dirigente, lembrando que atividades como natação, tênis, futevôlei, treinamentos de futsal, de academia, e outros, estão em vigor, respeitados os protocolos.
Para assegurar a continuidade da sua proposta social aos seus associados, sem a necessidade de demitir nenhum de seus 48 funcionários, o clube recorreu às suas reservas financeiras, sem comprometer seu patrimônio. Ou seja, mesmo em tempos de dificuldades, a entidade consegue “navegar” em águas não muito turbulentas.
CENTRO PORTUGUÊS
A pandemia desencadeada em março de 2020 apertou “todo mundo” do segmento social e de lazer. Dirigentes foram obrigados a “segurar” atividades e, com isso, viram suas receitas despencar.
No Centro Português 1º de Dezembro não foi diferente. O Clube de 95 anos perdeu cerca de 60% dos seus associados. Apenas 40% do quadro mantém em dia suas mensalidades.
“Perdeu-se a receita gerada pelos campeonatos de futSete, uma das atividades mais participativas do Clube. Atividades terceirizadas, que na pandemia se tornaram muito importantes, pois autorizadas a prática pelo poder público, como pilates, academias, hidroginástica, natação, tênis, também apresentam uma queda na arrecadação anual de cerca de 39%. Os setores mais prejudicados pela pandemia, foram o de locações e o de eventos, o que resultou uma queda de 95% na arrecadação dessas receitas”, confirma Maria Regina Freitas, presidente do Conselho de Administração, salientando que as estrutura funcional da entidade mantém 24 funcionários e sete prestadores de serviços.
A receita do Clube compõe-se do pagamento de mensalidades por parte dos associados; locações dos salões das três sedes para festas em geral e formaturas e de eventos promovidos pela própria entidade, de atividades terceirizadas (aulas de natação, hidroginástica, tênis, pilates, zumba e academia); de patrocínios e apoiadores, receitas estas que mantinham o Clube saudável financeiramente.
Desde o início da pandemia a Administração do Clube, passou a adotar medidas como contenção e reavaliação de despesas, negociações com fornecedores e outros, Segundo a dirigente, tais medidas foram decisivas para que não fosse prejudicado o funcionamento, a manutenção geral, e o quadro de funcionários do Clube.
DIAMANTINOS – “O momento requer administração com mão de ferro”. É assim que o presidente do Clube Diamantinos, Delorges Horta Duarte, encara o contexto provocado pela pandemia. O gestor da entidade que este ano completará 115 anos salienta a importância de um grupo de abnegados sócios que contribuem para a manutenção do clube e sua despesa de aproximadamente 60 mil mensais. Tem ainda os benefícios de uma Medida Provisória do Governo Federal, na qual a entidade se encaixa e ganha um “ar” adicional para melhor respirar em meio à crise. .
A mão de ferro citada por Delorges Horta é a receita para garantir a qualidade oferecida nas atividades individuais de hidroginástica e natação.
“No limite, mas seguimos nossa gestão com foco no melhor para os nossos associados e público, os quais esperam passar esse difícil momento para voltar à vida social normal”, conclui o presidente.
CAMPESTRE – A Redação não conseguiu contato com o Clube Campestre de Pelotas, o qual tem sua sede em Capão do Leão.