Prefeitura e agricultores firmam nova parceria para compra de alimentos
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) proporciona refeições de qualidade para pessoas em vulnerabilidade social, além de renda extra para produtores do interior de Pelotas
A Prefeitura, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater-RS) e agricultores da zona rural de Pelotas começaram, nesta terça-feira (15), a assinar os contratos de fornecimento de produtos ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O primeiro grupo, composto por 19 produtores, assinou o documento na sede do Quilombo do Alto do Caixão nesta manhã. Outros cinco grupos passarão pelo mesmo processo até quinta-feira (17). A prefeita Paula Mascarenhas acompanhou as assinaturas, juntamente com o representante do escritório municipal da Emater-RS, Robson Loeck, e a coordenadora do programa no Município, Aline das Neves.
O primeiro contrato do PAA, em Pelotas, executado entre 2019 e 2020, somou R$ 399.933,82 utilizados na compra de 91,4 toneladas de produtos de 48 agricultores familiares da região. Desta vez, são R$ 400 mil, para a aquisição de alimentos por 12 meses. A administração do contrato é da Secretaria de Assistência Social.
Ajuda para a cidade e o campo
Seguindo todos os protocolos de prevenção à Covid-19, a prefeita assistiu à atividade desta terça-feira e destacou que a ação é uma via de mão dupla. “O PAA traz renda para a Colônia, valoriza quem mora aqui e ajuda quem mais precisa lá na cidade. A primeira edição do programa foi um sucesso e nós queremos que ela aconteça cada vez mais”, afirmou.
Conforme Paula explicou, o Programa de Aquisição de Alimentos beneficia os dois lados participantes – pessoas em situação de vulnerabilidade e os agricultores que produzem legumes e verduras, com a garantia da venda e do pagamento, sabendo, com antecedência, quais produtos, quantidades e prazos. Assim, podem oferecer itens de mais qualidade, que deixam as refeições mais saudáveis.
Entre os alimentos distribuídos através do programa estão abóbora, aipim, alface, batata-doce, batata-inglesa, bergamota, beterraba, cebola, cenoura, couve, goiaba, laranja, melão, morango, pepino, pêssego, repolho, tempero verde e tomate. Esses gêneros são entregues em instituições sociais e para as famílias atendidas pelo Município.
A agricultora Maristela Machado, 43 anos, iniciante no PAA, ressaltou que a renda obtida ajudará muito nas finanças da família. “É mais uma oportunidade de trabalhar no que a gente ama e ainda ajudar no sustento de casa”, disse.
Por outro lado, Dorcas Nogueira, 29 anos, que participou da primeira edição do programa e trabalha com produtos orgânicos, destacou que essa é uma oportunidade de comercializar os itens que produz junto com a família. “Para o PAA, eu ofereço cebola, alface e beterraba. Tudo orgânico, sem agrotóxicos que fazem mal à saúde”, explicou.
O secretário de Assistência Social, José Olavo Passos, também esclarece que a iniciativa é desenvolvida com recursos do governo federal, que faz o pagamento diretamente aos produtores. Cabe à Prefeitura selecionar os participantes de acordo com critérios – que priorizam quilombolas, indígenas, mulheres e produtores de orgânicos -, receber os alimentos e dar encaminhamento.
Programa federal
O PAA foi criado pelo governo federal em 2003, como parte do programa Fome Zero. Com ele, os municípios puderam reduzir os gastos com alimentos, além de garantir a segurança alimentar de quem consome e a renda de quem produz. Todas as frutas, verduras, hortaliças e grãos saem diretamente das propriedades rurais da região, vendidas pelos próprios agricultores, sem a participação de intermediários. Em Pelotas, o volume de vegetais comprados, após a adesão ao programa, aumentou e beneficiou um número maior de famílias. A ação buscou reduzir o êxodo rural e suas consequências.
“Nas compras tradicionais, os alimentos podiam vir de qualquer lugar do país. Às vezes, passam dias nas estradas. Para que aguentem viagens longas, são utilizados aditivos químicos. Com os alimentos comprados na região, isso não acontece, o que evita vários problemas de saúde em quem os consome”, explica a coordenadora do programa, Aline das Neves.