Ópera na Escola leva estudantes do Ensino Fundamental ao Conservatório
Cerca de 130 estudantes, de 1ª a 5ª série do Ensino Fundamental, da Escola Estadual Francisco Simões, participaram na tarde de quarta-feira (5) de mais uma ação promovida pelo projeto Ópera na Escola da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A iniciativa, há 17 anos, estimula o acesso a gêneros musicais em escolas da rede pública. O Salão principal do Conservatório de Música foi palco da ópera Elixir do Amor, interpretada por estudantes dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Música da UFPel, egressos e membros da comunidade.
O projeto de extensão Ópera na Escola busca contribuir com a educação musical para crianças das escolas públicas de Pelotas e entorno que comumente não possuem acesso aos gêneros eruditos em suas comunidades. A Universidade promove apresentações de teatro musical, música clássica, alemã, francesa e brasileira. O protagonismo, no entanto, é da ópera. “É o teatro aliado à música erudita”, explica a coordenadora do projeto e diretora do Conservatório de Música, Magali Richter.
A ópera foi escolhida estrategicamente para o público infantil, por englobar diversas artes e por apresentar uma narrativa às crianças. Diferentemente dos demais gêneros, normalmente traz uma história longa, com um contexto capaz de atrair mais a atenção. “A gente vê nos olhos das crianças o quanto elas gostaram, assistindo atentamente. Dá para ver o quanto a criança assimila, é só ter oportunidade”, descreve.
O Espetáculo
A ópera italiana Elixir do Amor (1832), de Gaetano Donizetti, consiste em uma narrativa romântica e cômica de um rapaz pobre e inocente, Nemorino, que disputa o afeto de Adina, uma jovem rica, então interessada no militar Belcore. Nemorino busca no Elixir do Amor, enganado pelo “Doutor Dulcamara”, a solução para resolução de seus problemas.
O egresso da UFPel João Ferreira, intérprete do personagem Nemorino, explica que o grupo escolheu a obra pela temática romântica e pelo humor, com objetivo de ser mais “palatável ao público infantil”, em contraste com o conteúdo dramático comum ao gênero. “Um camponês apaixonado, uma dona de fazenda estudiosa, o humilde poder se aproximar da classe social: tem uma questão social, humor, brincadeira. É uma história divertida que nem morre no final”, resume.