UFPel oferece auxílio técnico para recuperar o patrimônio artístico destruído nos atos antidemocráticos em Brasília
Comunidade acadêmica mobiliza-se para contribuir com a restauração do patrimônio danificado pelos atos de terrorismo em 8 de janeiro
Pela experiência em conservação e restauro do patrimônio histórico e cultural, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) formalizou, na terça-feira (10), proposta de apoio aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. A Instituição, por meio do curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis, mobiliza-se para colaborar com a força tarefa dedicada à recuperação das obras danificadas pelos ataques antidemocráticos em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, nas sedes dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
A gestão central da UFPel, para apresentar as possibilidades de auxílio, enviou ofícios à Presidência da República, Ministério da Cultura, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O documento, assinado pela reitora da UFPel, Isabela Andrade, repudia os atos criminosos e disponibiliza a experiência da comunidade acadêmica da UFPel, por conta do histórico institucional na restauração de obras de arte.
Qualificação na Área e Iniciativa
A UFPel é uma das quatro instituições do País com a graduação, desde 2009, dedicada à conservação e restauração de bens culturais móveis. Mediante convênio de cooperação técnico-científica com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, o projeto de extensão Laboratório Aberto, que também leva o nome do curso, já atuou na recuperação de 17 obras do Palácio Piratini, a sede do Executivo Estadual, entre outras intervenções técnicas.
Um dos trabalhos considerados emblemáticos para a cultura do Estado, a recuperação da pintura “Alegoria, Sentimento e Espírito da Revolução Farroupilha“, de Helios Seelinger (1878-1965), foi concluída após três anos de dedicação de 30 estudantes, servidoras e servidores da Instituição. A pintura histórica (1925), de 3,80m de altura e 5,70 de largura, está em exposição no Museu do Doce (Praça Coronel Pedro Osório, 8), em Pelotas, espaço histórico e cultural gerido pela Universidade.
Esse histórico de ações na preservação do patrimônio artístico, conta a coordenadora do Laboratório, Andrea Bachettini, fez com que a iniciativa de contribuição com o acervo cultural dos Três Poderes partisse dos próprios estudantes: “Como todo mundo ficou muito estarrecido, os alunos fizeram essa proposta de disponibilidade de o curso atuar junto a esse acervo”.
Contribuição
O Bacharelado em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da UFPel atua em três especialidades: pintura, obras em papel e mobiliário em madeira. A comunidade acadêmica também poderá atuar no diagnóstico, elaboração de laudos e inventário dos bens culturais que foram danificados pelos atos de vandalismo.
De acordo com a coordenadora substituta do curso, Annelise Montone, a Universidade oferece o uso dos laboratórios, em Pelotas/RS. Também possibilita a realização dos estágios obrigatórios, com mobilidade de estudantes, em órgãos envolvidos na força tarefa, em Brasília.
Estudar na UFPel
Para ingressar no curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da UFPel, é preciso ter prestado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2022 e participar do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), sistema centralizado gerido pelo Ministério da Educação (MEC).
Entre os 82 cursos oferecidos pela UFPel e mais de 2,7 mil vagas para ingresso no primeiro semestre de 2023, a formação, oferecida à noite, conta com 31 vagas. O Edital de inscrições, conforme o MEC, está previsto para fevereiro de 2023.
