Cidade busca ampliação do ensino de turno integral nas escolas
Em funcionamento na rede municipal de ensino de Pelotas desde 2019, o programa de escola de turno integral, hoje, atende quatro mil estudantes de 33 unidades de Educação Infantil e cinco do Ensino Fundamental. Um dos principais benefícios é possibilitar o aprimoramento do aprendizado e do trabalho pedagógico. A partir da criação do programa federal de Educação em Turno Integral, a Prefeitura pretende ampliar o número de alunos atendidos.
“As escolas de tempo integral são a oportunidade de ampliar e aprimorar o trabalho pedagógico, pois o programa considera o tempo de aprendizagem. Sua ampliação pretende dar ênfase ao uso dos espaços dentro e fora das escolas, articulando-se com os diferentes saberes que compõem o currículo escolar, como os campos da saúde, da cultura, esporte, ciência e tecnologia, meio ambiente e direitos humanos, com vistas a melhorar as condições de aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos”, afirma a secretária de Educação e Desporto, Adriane Silveira.
Uma das unidades da rede que utiliza o método de ensino integral é a Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Helena Vargas da Silveira, localizada no Sítio Floresta. Desde que foi aberta, há três anos, é a única da zona urbana que trabalha com o sistema.
Atualmente, 41 professores e 16 funcionários atendem 260 estudantes matriculados em turmas do 1º ao 9º ano. O turno de sete horas é utilizado para a execução de projetos direcionados para auxiliar na melhoria da qualidade do ensino. Estão em andamento, no colégio, sete projetos que abrangem temas como meio ambiente, alfabetização, computação, empreendedorismo, jornalismo e incentivo ao ensino médio.
O funcionamento em turno integral e o método de ensino são elogiados com frequência por pais de alunos, como a manicure Gisele Silveira, mãe de Jorge. “A escola reafirma o que nós ensinamos dentro de casa. Eu tive dois filhos que estudaram em colégios de turno parcial e nós ensinávamos uma forma de pensar que não correspondia com o que eles aprendiam na sala de aula. Nós não tínhamos um retorno por parte da instituição e, aqui, nós temos, sendo ouvidas como responsáveis e ajudando na participação de projetos”, destaca.
Uma escola mais próxima das famílias
Outro aspecto destacado pela comunidade é a preocupação da direção em aproximar os pais e responsáveis da escola. Para Laura Crestani de Lima, mãe da Manuela e do Carlos Eduardo, a mudança de comportamento dos filhos, desde que eles foram matriculados, é muito positiva. “Os meus filhos parecem mais interessados no ensino desde que estão estudando em turno integral. O projeto Letramento, por exemplo, auxilia muito Carlos Eduardo, que tem déficit de atenção e não está completamente alfabetizado. Ele entrou na escola como estudante problemático e, hoje, eu percebo a vontade dele em estudar.” afirma.
A diretora Gina Bastos destaca a importância da proximidade entre todos os componentes da comunidade escolar. “A comunidade e a escola têm que ter essa abertura. Depois que houve a pandemia, procuramos sempre chamar os pais e convidá-los para vir quando tem sábado letivo. É muito importante tê-los aqui dentro para falar o que pensam da escola. Essa reflexão é essencial para nós. Somada a presença dos pais, uma vez por mês, também procuramos ter uma reunião com todos os funcionários para atualizações e ações do que podemos melhorar.” diz.
Essa preocupação de sempre manter a instituição atualizada, quanto ao que acontece fora de seus muros, acaba colaborando com o ensino e, ainda, com a segurança. “Meus filhos amam vir à escola, por causa dos projetos e do acolhimento da instituição. É como se fosse uma extensão da casa. Quando meus filhos avisam sobre algum problema é só para me comunicar mesmo, porque a escola já o resolveu na hora. É uma tranquilidade que toda a equipe nos oferece.” comenta a artesã Nathani Nunes, mãe do Lorenzo, Lorena e Aline.
Os comentários positivos a respeito da rotina tranquila, qualidade de ensino e dos projetos se espalham pela comunidade e geram interesse e procura por vagas. “Todos os dias, tem gente no nosso portão pedindo vagas. Orientamos os responsáveis a encaminhar os cadastros à Central de Matrícula. Porém, atualmente, nós estamos no nosso limite para a ingresso de novos alunos”, comenta a diretora.
Programa Federal
No início de agosto, o anúncio da criação do programa federal de Escola em Turno Integral foi recebido pela secretária de Educação e Desporto, Adriane Silveira, com otimismo, e é visto como uma oportunidade para ampliação do programa municipal.
“A Prefeitura vai aderir ao Programa Escola em Tempo Integral. Aguardamos a divulgação dos atos normativos, os parâmetros para cálculo do valor do apoio financeiro e os critérios operacionais de distribuição, repasse, execução e prestação de contas, para definir o número de vagas que poderão ser criadas na rede municipal de Pelotas”, diz.