Vacinação contra HPV prossegue nas escolas
Campanha lançada na segunda-feira já tem grande adesão de jovens
Jovens ajudam a divulgar campanha
A secretária de Saúde Arita Bergmann e equipe fizeram, na tarde de segunda-feira, no auditório interno do Colégio Pelotense, um ato para marcar a abertura da Campanha Nacional de Vacinação contra o HPV (Papiloma Vírus Humano), que ocorre pela primeira vez no Brasil, direcionada a meninas de 11 até 13 anos, 11 meses e 29 dias.
“Esse é um dia muito especial para a rede de saúde e educação do Brasil, porque esta nova vacina é uma forma de proteção e de prevenção contra quatro tipos de HPV (os tipos 6, 11,16 e 18) e ela vai nos ajudar a mudar o perfil de saúde do nosso país. Mas, para isso, precisamos do apoio de todos para que nos ajudem a motivar estas adolescentes, para que ninguém deixe de tomar a vacina”, enfatizou a secretária, ao se dirigir a professores e alunos de sexto e sétimo anos do educandário.
A secretária pediu voluntárias, para dar início às imunizações. Imediatamente surgiu um grupo de meninas, que foi se multiplicando rapidamente. “Não precisa criar muita expectativa, não dói muito e depois vai fazer bem pra minha saúde… Então tem que fazer sem pensar muito”, sugeriu Roberta Nunes Noguez, estudante do sexto ano e primeira menina de onze anos a tomar a dose. Até as 17h30, mais de uma centena de jovens estudantes do Colégio Pelotense já tinham sido imunizadas.
Arita recordou que a estimativa é de que, no Brasil, de cada 100 mil mulheres, de 17 a 20 venham a desenvolver essa grave doença. A vacina – a segunda dose deve ser tomada em seis meses e a terceira, dentro de cinco anos – protege contra o câncer de colo de útero, que ocupa o quarto lugar no ranking nacional de causas de morte em mulheres e a terceira posição no Rio Grande do Sul. A secretária relatou, emocionada, o caso de uma conhecida sua que morreu em consequência deste câncer, deixando cinco filhos. “É muito triste. Ela não teve a oportunidade que vocês estão tendo agora. Saibam aproveitá-la e se protejam”, enfatizou. Na rede privada, a vacina contra o HPV custa entre R$ 600,00 e R$ 1.000,00.
Vacina é direcionada a meninas de 11 a 13 anos
COORDENADORA dos programas de Saúde, Eliedes Ribeiro se dirigiu também aos meninos que estavam presentes: “Por enquanto o Ministério da Saúde ainda não está disponibilizando a vacina para vocês, mas vocês também podem atuar na mobilização, incentivando as irmãs, as primas, as vizinhas, as amigas do Facebook… Ajudem a formar uma rede e garantir que todas se vacinem. Também é uma forma de proteger a vocês, meninos, já que o HPV é transmitido pela pele e pela relação sexual”, esclareceu. “Cada um de vocês pode colocar no seu status, no Facebook: ‘eu estou combatendo o HPV’”, sugeriu Alice Maria Szezepanski, coordenadora de Programas Educacionais da Secretaria de Educação e Desporto (Smed), alertando que esta também é uma forma de divulgar e estimular a participação na campanha.
Arita recordou também que é nesta fase, na pré-adolescência e início da adolescência, que as meninas desenvolvem mais anticorpos, de modo que a vacina ajuda para que se tornem imunes a essas doenças. Após as explicações e orientações aos adolescentes, a secretária concluiu de modo contundente: “A vacina é muito importante e não deve deixar de ser tomada, mas também não significa que vocês devem deixar de lado todos os outros cuidados com a saúde. Tudo é muito importante para a segurança, inclusive o uso da camisinha”.
Até o dia 10 de abril, equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) mais próximas se deslocarão até as escolas – em datas e horários pré-agendados, conforme a preferência dos educandários, tanto da rede pública quanto privada – para disponibilizar as doses às meninas de 11 a 14 anos incompletos. Na oportunidade, também serão entregues as novas carteiras de vacinação destinada aos adolescentes. Estima-se que haja em Pelotas em torno de 8 mil meninas nesta faixa etária. A meta da SMS é vacinar 80% delas.
O planejamento do Ministério da Saúde (MS) prevê que em 2015 sejam vacinadas também as meninas de 9 a 11 anos e que em 2016 estas vacinas passem a integrar o calendário oficial.
