Vereador requisita lotação e cargos dos municipários
Numa medida extrema para tentar resolver os problemas diários enfrentados pela população na área da saúde pública, o vereador Marcus Cunha (PDT), presidente da Comissão de Saúde da Câmara, encaminhou pedido formal à Prefeitura de todos os servidores municipais com os respectivos cargos e lotação. “Quero saber onde estão os 9.500 funcionários municipais, e porque falta gente na saúde”.
Segundo Cunha, não é possível que a Prefeitura não possa montar uma “força-tarefa” para trabalhar na infraestrutura das unidades básicas de saúde, cuja situação é deplorável.
Hoje, a Comissão realiza mais uma reunião com moradores e servidores de unidades básicas de saúde. Será na UBS do Grupelli, 7º Distrito de Pelotas, a partir das 14h. O encontro faz parte das atividades da Comissão, presidida pelo vereador Marcus Cunha (PDT), que não se conforma com a situação enfrentada pela população pelotense no que diz respeito aos direitos essenciais relativos à saúde pública.
Cunha presidiu, há uma semana, a audiência pública em que a secretária Arita Bergmann e parte de seus assessores apresentaram o relatório de gestão da Secretaria de 2013 e do primeiro trimestre de 2014.
Segundo a titular da pasta, foram aplicados, somente no ano passado, R$ 270 milhões, somando os recursos em nível federal, estadual e municipal.
Apesar desses vultosos investimentos, o vereador questiona onde estão os resultados práticos. “Os números são grandiosos, mas não foram suficientes para nos colocar numa condição digna de saúde pública em Pelotas”, afirma o parlamentar, que indaga ainda mais: “Se não falta dinheiro, o que está faltando?”
DEMORA – Durante o final de semana, Cunha dedicou-se a avaliar os números apresentados pelos gestores da Secretaria Municipal de Saúde e confrontá-los com a realidade do município.
Até o momento, por exemplo, todas as unidades básicas de saúde visitadas apresentaram problemas graves de infraestrutura, falta de medicamentos, falta de pessoal, atendimento médico ineficiente ou quase inexistente e pouquíssimas fichas para os pacientes.
O Pronto-Socorro, que deveria ter subido de nível em seu atendimento, com a instalação do serviço de Pronto-Atendimento pelo Hospital Universitário São Francisco de Paula, continua enfrentando os mesmos problemas de superlotação.
No feriadão da Páscoa, houve denúncias da ausência de médicos neurologistas, obrigando pacientes a ficarem mais de 48 horas sem se alimentar, uma vez que sem o exame desses profissionais a alimentação não é permitida. Casos de pacientes internados também por mais de 48 horas voltaram a ocorrer, sem que sejam disponibilizados leitos nos hospitais da cidade.
“Sempre que procuro a secretária Arita, ela me ouve”, explica o vereador Marcus Cunha. “Quando relatei o problema crônico do horário dos médicos nas UBS, fui informado que estavam ocorrendo punições e até exonerações e que o ponto biométrico será implantado”.
Mas, o parlamentar discorda que as soluções só ocorrem muito tarde e depois que os problemas são denunciados.
“A secretária tem o controle, mas não chega na ponta o resultado de uma administração eficiente, embora ela saiba o que significa uma administração eficiente”, completa o parlamentar.