PARA SEMPRE: POESIA! Espetáculo narra vivências tragicômicas
Dias 28, 30 e 31 de maio, e 1º de junho, às 20h, “Para sempre: Poesia!” na Bibliotheca Pública. Quinta (29/5) às 19h30min no Campus 2 da UCPel
A pelotense Rita Maurício refez trajeto familiar, para elaborar trabalho de conclusão na formação em teatro na UFRGS. A estreia ocorreu em 2011. No ano seguinte, alterações e adaptações. Em 2013, apresentações em diferentes localidades. Nesta semana, etapa especial pois o espetáculo “Para Sempre: Poesia!”, estará na cidade dos personagens: Rita, Seli e Maurício. Respectivamente, filha e pais. Ano passado, o projeto foi selecionado no edital do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PROCULTURA). Assim, será exibido gratuitamente. Após as sessões, debates com o público. Apoio: SIG; UFPel; UCPel; Bibliotheca Pública Pelotense (BPP).
VIVÊNCIAS – José Luiz Maurício estudava medicina, quando foi preso e torturado durante a ditadura militar. A violência deixou sequelas, e Maurício passou a alternar períodos de dedicação à poesia, com fases depressivas. Ele chegou a tentar o suicídio. Unindo-se à artista visual e bonequeira Seli Maurício, família tanto artisticamente criativa, quanto estigmatizada pelos conservadores de plantão. A filha Rita, que passou boa parte da formação com a avó, refez o percurso emocional. Para narrar a “história de loucura, amor e arte”, recorre a diferentes linguagens em cena. Assim, bonecos criados por Seli, e poemas de autoria do pai. O resultado é catártico.
Ficha Técnica
- Texto e atuação: Rita Maurício (com poesias de José Luiz Maurício)
- Direção de remontagem: Mirah Laline
- Criação e confecção de bonecos: Seli Maurício
- Vídeos do espetáculo: Márcia Rosa, Rita Maurício e Roberto Ruchiga
- Criação e Operação de Luz: Fabiana Santos
- Operação de áudio: Martina Fröhlich
- Operação de vídeo: Vagner Vargas
- Fotografias: Adri Marchiori, Gerson de Oliveira e Diego Bregolin
- Vídeo de divulgação (teaser): Celso Zanini
- Poesia de autoria de José Luiz Braga Maurício,
- que inspirou o nome do espetáculo
- Duração: 1h05min
Trecho de “A poesia” de José Luiz Maurício
Pra quê poesia?
Poesia?… Para o mofo das gavetas?…
Poesia? Para o ninho dos ratos?
Poesia?… Para o estrago das crianças, que as rasgam pelo chão…
onde ficam à espera da correção das vassouras, que as jogam na
rua… da amargura! Onde as colherá o vento… para um último e
tristíssimo adeus! Depois… a chuva… a viagem das sarjetas… dos
esgotos… até o rio… e do rio, ao mar… onde as colherá a beliscosa
curiosidade das sardinhas…
E a soberba indiferença das baleias!
Mesmo assim: poesia!
Apesar de tudo: poesia!
Sempre: poesia!
Só: poesia!
Para sempre: poesia!