Trabalhadores da antiga padaria Círculo Operário reclamam as indenizações
Recursos arrecadados em leilão de bens móveis ficam bem abaixo do valor devido pela empresa que faliu em junho do ano passado após 30 anos de atividades no ramo da panificação.
Quem recebeu, ainda que apenas parte do total a que tinha direito, recebeu. O saldo, em princípio, já era. Não há mais recursos financeiros disponíveis para cobrir o restante da dívida dos ex-patrões para com os trabalhadores. É assim que se encontram os ex-funcionários da Padaria Circulo Operário Pelotense, que faliu e fechou suas portas em definitivo no mês de junho do ano passado. Após leilão de bem móveis – balcões, maquinário etc -, sobrou pouco para ser dividido pelos direitos adquiridos de cerca de 200 trabalhadores da empresa falida.
O valor arrecadado em leilão judicial é de cerca de R$ 340 mil, algo em torno de 22% do crédito dos credores ex-trabalhadores. Apenas isso. A probabilidade de eles receberem o restante é praticamente zero. A Justiça dividiu em partes iguais dentre os trabalhadores o total do montante arrecadado no leilão do “pequeno” patrimônio disponível após a falência da empresa. Ou seja: para os trabalhadores que deram seu suor ao empreendimento, pode-se dizer que a história da Circulo Operário acabou em pizza, sem pizzas.
EMPREENDIMENTO faliu e deixou colaboradores da empresa sem receber direitos trabalhistas
FOTO: Alísson Assumpção/Arquivo/DM
De acordo com Luiz Osório Galho, advogado do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas da Alimentação de Pelotas(Sticap), resta a busca pelo patrimônio dos sócios-proprietários da empresa. As chances, no entanto, são poucas, pouquíssimas, de que se encontre algum patrimônio material que possa se transformar em recursos a serem repassados aos credores ex-trabalhadores. O Sticap representou judicialmente 120 dos 200 trabalhadores que ficaram sem emprego e sem receber o que tinham de direito.
“Alguns ex-trabalhadores da empresa ainda não receberam, mas o que irão receber não irá ultrapassar o percentual que foi pago aos demais”, informa Osório.
Recursos arrecadados em leilão de bens móveis ficam bem abaixo do valor devido pela empresa que faliu em junho do ano passado após 30 anos de atividades no ramo da panificação
FINAL INGLÓRIO
Fundada em maio de 1983 e bem localizada – na rua Almirante Barroso -, durante muitos dos seus 30 anos de existência, a Padaria Círculo Operário foi considerada “sinônimo” de pão de qualidade em Pelotas. Por mais de uma vez, a empresa teve seus gestores reconhecidos com títulos de “Industrial do Ano” pelo Centro das Indústrias de Pelotas(Cipel).
O espírito empreendedor dos gestores da empresa os levou a adquirirem, em dezembro de 2006, as instalações da antiga Padaria Alvorada na rua Dom Pedro II, 372 iniciando-se assim as atividades da primeira filial, que oferecia além dos tradicionais produtos Padaria Círculo Operário almoço com buffet da balança. Inaugurada em fevereiro de 2009, a filial Dom Joaquim começou oferecendo café da manhã, almoço com buffet da balança, chá da tarde e pizza, alem de salgadinhos acompanhado de chopp. Este empreendimento foi o primeiro a ser fechado pelo grupo, no inicio de 2013, poucos meses antes do definitivo e trágico encerramento das suas atividades.
