PREFEITURA : Simp denuncia biometria pela terceira vez
Desde outubro de 2014, o Legislativo já se reuniu três vezes para discutir o mesmo tema: a saúde do servidor municipal, especialmente as denúncias do Sindicato dos Municipários a respeito das perícias médicas no setor de biometria da Prefeitura.
Ontem, o assunto voltou ao plenário da Câmara, por cerca de três horas e meia, em audiência pública proposta pela bancada do PT e presidida pelo vereador Conceição Mohnsam.
Mais uma vez, as contestações da médica Rossana Guidotti Gomes, chefe da biometria, aos atestados apresentados pelos servidores, foram o tema principal da audiência, além de sua situação funcional, questionada pelo Sindicato. Segundo a presidente do Simp, Tatiane Rodrigues, a médica não é concursada, foi contratada como plantonista e cedida à Secretaria de Finanças para chefiar e atuar como médica do trabalho, o que configura desvio de função.
CÂMARA define questionamentos ao Executivo
Trabalhadores que tiveram seus atestados de afastamento contestados pela médica estavam presentes à audiência. Eles relataram que não puderam encaminhar os documentos por parentes e, mesmo adoentados, tiveram que se dirigir ao setor de biometria. Também afirmaram que houve casos da profissional mudar a medicação prescrita pelo médico especialista, além de alterar os dias de afastamento de suas funções para o tratamento recomendado.
“Temos uma servidora aqui, que recebeu um atestado de afastamento por cinco dias, e a doutora Rossana diminuiu para três dias, obrigando-a a voltar ao trabalho mesmo doente”, disse o vereador Marcos Ferreira (PT).
Ao final, ficaram definidos os seguintes encaminhamentos à Prefeitura, por meio do Legislativo e do Sindicato: qual é a situação da médica Rossana Guidotti Gomes; que a Prefeitura responda, oficialmente, os questionamentos feitos desde a primeira reunião, em outubro de 2014; e que a Prefeitura explique porque ainda não apresentou denúncia ao Ministério Público dos médicos que oferecem atestados falsos ou contestados pela responsável pela biometria.
Na reunião de 12 de dezembro, o secretário José Cruz afirmou que “o governo vai encaminhar ao Ministério Público o nome da empresa e do médico que, nos últimos três meses, forneceu 11.391 dias de atestados médicos. Na época, ele afirmou: “São 30 anos de atestados em três meses”, e completou: “ou temos servidores absolutamente doentes, incapazes, ou não sabemos gerenciar a biometria”.
INVESTIGAÇÃO – O vereador Marcos Ferreira, Marcola, quer aprofundar as questões levantadas, em especial o grande número de atestados não aceitos pela responsável pela biometria e os milhares de atestados não verdadeiros que o governo afirma existirem.
“Queremos saber se existe uma máfia dos atestados, e para isso vamos pedir a criação de uma comissão parlamentar de inquérito, porque é uma acusação muito grave por parte do governo”, afirmou o parlamentar.
