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Médicos residentes gaúchos paralisam quinta-feira

22 setembro
09:39 2015

Médicos residentes do Estado farão paralisação de 24 horas na próxima quinta-feira, para chamar a atenção da sociedade para a valorização da formação e garantia de qualidade na expansão das vagas.

O movimento é nacional e luta ainda contra cortes nas verbas para a saúde pública, efeito do ajuste fiscal. No Rio Grande do Sul, já estão confirmadas as adesões de médicos que fazem as especializações nos hospitais do complexo Santa Casa, Hospital de Clínicas e GHC, em Porto Alegre, Santa Casa e hospital-escola da UCPel, em Pelotas, e Caridade, de Ijuí. Nos próximos dias, mais locais devem confirmar a participação.

A Associação dos Médicos Residentes do Estado (AMERERS) já está comunicando a direção dos hospitais para se anteciparem e ajustarem agendas de consultas e procedimentos, minimizando o impacto a pacientes, ressalta o presidente da AMERERS, Paulo Ricardo Mottin Rosa. Os residentes participam da maior parte dos atendimentos do SUS, onde fazem a formação nas mais de 50 especialidades médicas reconhecidas.

PELOTAS também vai aderir ao movimento

PELOTAS também vai aderir ao movimento

No dia 24, ocorrerá concentração dos médicos em frente ao Clínicas, a partir das 10h. Logo depois, por volta das 10h30, a categoria sai em caminhada em direção à Santa Casa, seguindo pela avenida Osvaldo Aranha. Um ato ocorrerá às 11h30 em frente ao complexo hospitalar, na Avenida Independência. Durante a tarde, os residentes permanecerão no Clínicas esclarecendo a população e alertando para medidas que devem ser adotadas para melhorar as condições da formação.  Em Pelotas, os residentes se concentram a partir das 10h, no Pronto Socorro Municipal.

ESPECIALIDADES NA VITRINE
O movimento ocorre justamente em um momento em que o governo federal anuncia ampliação de vagas e programas que viraram trampolim para ingressar nas residências (como o Provab), mas a preocupação é com a garantia da qualidade na formação. Além da fiscalização sobre as condições do treinamento dos médicos, o movimento de residentes defende  a valorização do médico preceptor, que monitora e apoia o treinamento.

“A proposta é criticada pela ausência de estrutura para receber médicos residentes com preceptoria adequada e pela questionável prioridade na quantidade de vagas, em vez da qualidade do programa. Há o risco de se formar médicos sem a competência necessária para resolver as demandas da população, desde a atenção básica até consultas especializadas (oftalmologia, psiquiatria, ortopedia), que demoram, eventualmente, até um ano para acontecer”, reforçou Mottin.

Até 2018, o governo federal quer alcançar uma vaga de residência para cada médico formado. Desde 2013, já teriam sido autorizadas 4.742 vagas dentre as 12,4 mil previstas para formação de especialistas. Em agosto, foi anunciada a criação de mais 3 mil bolsas de residência no País (2 mil financiadas pelo Ministério da Saúde e mil pelo Ministério da Educação). A quantidade deve chegar a 7.472 vagas (62% da meta), segundo o governo — 75% das ofertas serão para Medicina de Família e Comunidade. A proporção é criticada, devido à carência de especialidades em diversas áreas.

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