Estudante agredido em Pelotas retorna à Bahia
A Defensoria Pública da União (DPU) em Pelotas (RS) garantiu ao estudante baiano G.V.A., agredido a pauladas naquela cidade, vitimado com traumatismo craniano, o transporte dele e da mãe até a cidade de Teixeira de Freitas (BA), onde reside a família, além da garantia de tratamento medicamentoso, alimentação especial e insumos hospitalares.
G.V.A., natural do interior da Bahia, filho de agricultores que desenvolvem suas atividades sob o regime de economia familiar, passou a residir no Município de Pelotas em 2015, após sucesso no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), no curso de Direito da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Poucos meses após o início de sua vida acadêmica, em abril daquele ano, ele e um amigo teriam sido agredidos a pauladas ao tentar ajudar dois colegas, vítimas de um assalto ocorrido próximo à Morada Provisória da universidade, localizada no Fragata e atualmente fechada.
G.V.A. sofreu traumatismo craniano e ficou internado em coma na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP). Tão logo tomou conhecimento dos fatos, a mãe dele chegou à Pelotas sem condições financeiras para arcar com os custos de tratamento do filho, muito menos com seu próprio sustento. Por orientação, procurou a Defensoria Pública da União pleiteando, no início, apenas que o Poder Público lhe fornecesse um local para ficar e acompanhar o filho internado.
Após 11 meses de internação, com liminar deferida e recursos financeiros depositados em processo judicial promovido pelo Defensor Público Federal Junior Leite Amaral perante a Justiça Federal de Pelotas, em março de 2016, o estudante obteve a desinternação hospitalar. Desde então, ele, sua mãe e o pai, que veio para a cidade graças ao auxílio da comunidade de Teixeira de Freitas (BA), aguardavam o retorno à terra natal, junto ao convívio de seus parentes.
Ao longo de todo o período que a família passou na cidade de Pelotas, inúmeras campanhas foram promovidas pela comunidade, as quais permitiram manutenção digna e, inclusive, moradia provisória enquanto não efetivado o transporte aéreo em UTI.
O dia tão esperado, não apenas pela família, mas por todos que acompanharam o caso, aconteceu no domingo (19), quando partiram de volta à Bahia, em UTI aérea, o estudante e sua mãe.
O quadro de saúde de G.V.A. inspira cuidados, sendo que garantias mínimas para seu tratamento estão resguardadas pelo período de um ano, às custas da União Federal, em razão da ação judicial em trâmite na Justiça. O estudante, que teve os estímulos comprometidos e poderia ficar com a visão prejudicada devido a complicações no olho esquerdo, não está totalmente recuperado das agressões sofridas, as sequelas podem ser permanentes, “mas foi garantida a ele a oportunidade de estar junto ao convívio familiar, em sua terra natal, na esperança de um novo começo”, afirma o defensor Junior Leite Amaral.