NOVA FUNÇÃO DE ARMANDO : “Vou ser mais um no futebol”
Armado Desessards conclui etapa de implantação dos pilares estratégicos e se aproxima das atividades de campo
Há um ano e meio na gerência executiva do Brasil, Armando Desessards encerra a etapa de implantação dos três pilares do planejamento estratégico no clube e passa a atuar mais próximo do departamento de futebol. Essa é a principal mudança na administração do Xavante, visando o Campeonato Brasileiro da Série B, após campanha fraca no Gauchão. “Vou ser mais uma pessoa que pode contribuir no futebol, que tem conquistado resultados expressivos nos últimos cinco anos”, afirma.
Com a responsabilidade de transitar por todos os setores do clube, Desessards se entusiasma com dois assuntos: implantação da categoria de base e presença do Brasil na Primeira Liga – competição que simboliza uma “ nova ideia” no futebol brasileiro. Na base, Armando Desessards reafirma a participação do Xavante na Copa do Brasil sub-17 neste ano. “Lamentavelmente, tivemos que abrir mão da vaga na Copa do Brasil sub-20, que foi repassada ao Goiás. Não podemos dar um passo maior do que as pernas”, completa.
Sobre a Primeira Liga, Desessards atesta: “A competição só aconteceu esse ano, porque a ideia é muito forte de parte dos clubes”.
Três pilares estratégicos
DM – Qual sua avaliação do trabalho de um ano e meio no Brasil?
Desessards – O que se pode dizer como o foco de nosso trabalho é a continuidade do planejamento estratégico. Nós chegamos e conhecemos toda a estrutura do clube nos aspectos administrativo, financeiro e futebolístico. Feito esse diagnóstico, desenhamos um planejamento estratégico, que vem sendo tocado por todos os funcionários do clube, mas regido pela diretoria. A diretoria nos deu as diretrizes e criamos três pilares nesse planejamento estratégico. O futebol, que é a maximização de todas as condições, sejam financeiras e estruturais, para que o time possa cumprir seus objetivos dentro de campo; a valorização da marca do clube – e eu reitero que é um momento ímpar na história do Brasil –; esse momento é cada vez mais de buscar o engajamento de nosso torcedor, conquistando as gerações mais novas, isso passa pela implementação das mídias sociais e passa também por se aproximar de outras grandes marcas, as dos nossos patrocinadores – todos muitos importantes, alguns históricos como Biscoitos Zezé, Fruki, Hotéis Cury e outras novas como a Caixa Econômica Federal e a Topper. O outro pilar é a categoria de base. Além de ser um resgate histórico do Brasil, a categoria de base é talvez o principal ativo que o clube possa ter.
DM – Você terá uma aproximação maior com o futebol a partir de agora. Como será sua atuação nesse setor?
Desessards – Como me referi antes, logo na minha chegada, levei um ano para eu me inteirar de todo o processo. Agora os projetos estão caminhando. Foram implementadas rotinas importantes no clube. Hoje, a gente tem condições de passar mais tempo com a comissão técnico e os jogadores. O objetivo nosso é ser mais uma pessoa presente no futebol, até porque somos muitos poucos no clube. Temos uma responsabilidade grande, com todo mundo se desdobrando…
DM – Entre as suas atribuições no futebol, está a de contratar jogadores? Isso passa a ser uma responsabilidade sua?
Desessards – Sim, juntamente com a comissão técnica e a direção. Temos o nosso vice de futebol, o Montanelli (Cláudio), o presidente (Ricardo Fonseca) participa ativamente desse processo e o nosso treinador (Rogério Zimmermann). Vou ser mais uma pessoa que pode contribuir.
DM – A categoria de base é um dos pilares do planejamento estratégico do clube. Em que estágio está o trabalho na base?
Desessards – Nós começamos pela implantação da escolinha. Depois tivemos uma negociação muito difícil, de mais de seis meses, com o Emerson (Rosa), mas conseguimos o arrendamento do centro de treinamento que era do Fragata. Incorporamos a escolinha às categorias sub-15 e sub-17. Vamos procurar criar em Pelotas, os jogadores que daqui alguns anos possam servir ao clube. Nos primeiros anos, certamente não seremos os mais fortes, porque temos que fazer nossos jogadores e isso demanda tempo. Mais daqui a dois, três anos, seremos os mais fortes da região. A ideia é que o atleta diferenciado não saia daqui para fora, mas que permaneça em Pelotas e tenha visibilidade no Brasil. Esse processo de implantação fecha em 2018, quando o sub-17 se transforma em sub-20, e cria-se então a categoria sub-20.
DM – Você sempre demonstrou entusiasmo com a Primeira Liga. A competição deste ano está esvaziada. Qual sua opinião sobre esse torneio?
Desessards – Acho essa competição fantástica, porque tem um caráter diferenciado, onde o mais importante não é o jogo propriamente dito. O mais importante é a ideia. A ideia dos clubes se reunirem, os clubes decidirem, os clubes realizarem… Foi criado um fórum de debates. Ali se fala de muitas coisas de fora da competição. A partir da extinção do Cube dos 13 não se tinha nenhum fórum para que os clubes pudessem se reunir. O Brasil está na mesma mesa com Flamengo, Fluminense, Atlético, Cruzeiro, Grêmio e Internacional, entre tantos outros clubes. A competição precisa ser arredondada, porque o calendário deste ano foi prejudicado por causa a tragédia da Chapecoense, que atrasou o encerramento do Brasileiro da Série A no ano passado.