ARRUMAR O TIME : Clemer vai ter dificuldade
Brasil mantém campanha irregular e com produção individual baixíssima de alguns jogadores titulares
O técnico Clemer já notou que terá muito trabalho para arrumar o time do Brasil, com o Campeonato Brasileiro da Série B em andamento. A mostra positiva da partida de estreia foi contrariada pela fraca atuação de terça-feira contra o ABC, em Natal – derrota por 1 a 0. O time rubro-negro fez uma das piores apresentações da temporada. Só não perdeu por mais, porque o adversário é muito fraco.
Clemer troca ideia com o auxiliar Rubens Cardoso: vai ter trabalho
Depois do jogo, Clemer reconheceu que seu modelo de jogo vai exigir tempo para ser praticado, embora tenha sido compreendido pelos jogadores. “O Brasil estava acostumado a jogar mais na ligação direita, mas o atleta terá que entender que essa dificuldade faz parte de um processo”, comentou o treinador, que espera ver seu time trocando passes, valorizando a posse de bola. E aí esbarra em outro problema: baixíssima produção individual de alguns jogadores.
Os meias Juninho e Wagner não tiveram vantagem técnica sobre os marcadores em nenhum momento da partida no Frasqueirão. Com isso, a criação fica sob responsabilidade de Nem e Itaqui, que não são – e nunca foram – jogadores de criatividade. O ataque anda desabastecido (uma rotina nos jogos fora de casa). O Brasil teve raras finalizações a gol na terça e uma única chance clara para marcar, mas o goleiro Edson defendeu a conclusão de Juninho.
LADO BOM – Com campanha muito irregular – seis vitórias, dois empates e nove derrotas, aproveitamento de apenas 39% -, o Brasil mantém ainda uma distância razoável para a zona de rebaixamento. Não há risco de entrar no Z-4 nesta rodada (mesmo que o Luverdense vença o Boa em Minas Gerais e chegue também a 20 pontos). O Xavante tem duas vitórias a mais do que a equipe do Mato Grosso.
Porém, se o time não alcançar uma estabilidade, o restante do campeonato será de sofrimento para os rubro-negros. Os problemas estão presentes em todos os quesitos: táticos, com a necessidade de mudança na forma de força; técnicos, com alguns jogadores rendendo muito pouco; e físico, o que é consequência de um coletivo desajustado.
Marcinho, a jogada aguda
Marcinho pode não ser um craque, mas é o único jogador capaz de dar profundidade no ataque do Brasil. Sua ausência fez falta na partida diante do ABC, terça-feira, em Natal. Só que o atacante pode deixar o clube, porque está nos planos do Vitória. Para o bem do Xavante, Petkovic caiu do comando do futebol no time baiano e substituto Cleber Giglio pode desistir do negócio). O vínculo de Marcinho pertence ao Inter.
Clemer espera que Marcinho esteja no time no jogo com o Boa na próxima semana. O treinador deve buscar também uma vaga para Cassiano entre os titulares, possivelmente entrando no lugar de Wagner, que não consegue render no Brasil o futebol apresentado no Caxias. Cassiano e Misael fizeram a estreia terça-feira, entrando no time na segunda etapa.
