EDUCAÇÃO : Professores estaduais deflagram greve
Parcela salarial de R$ 350,00 paga pelo governo aos servidores motivou decisão
Reunidos em assembleia geral na manhã de ontem, no Largo Glênio Peres, no centro de Porto Alegre, os professores estaduais decidiram entrar em greve por tempo indeterminado em razão do parcelamento dos salários do funcionalismo estadual. A assembleia foi coordenada pelo Cpers-Sindicato. Os educadores afirmaram que não retomarão as atividades enquanto o governo não quitar a folha salarial de agosto, acabar com os parcelamentos dos vencimentos e pagar os juros que os docentes tiveram que desembolsar ao Banrisul devido ao parcelamento das suas remunerações.
Após as deliberações da asembleia, professores e estudantes se dirigiram para a frente do Palácio Piratini para protestar contra o governador José Ivo Sartori. Manifestações estão previstas para ocorrer em todo o Estado nos próximos dias. A última greve do magistério gaúcho, realizada em março deste ano, durou 16 dias
Segundo integrantes da Secretaria da Fazenda, não há previsão de ingresso de receitas novas no Tesouro do Estado, salvo a possibilidade de crescimento, até sexta-feira, no saldo dos depósitos judiciais, situação prejudicada pelo feriado desta quinta-feira. Os recursos que mensalmente reforçam o caixa nos dias 9 e 10 irão se concretizar apenas no dia 11, em função do final de semana, que coincidirá com as datas.
REGISTROS
Na segunda-feira, professores e funcionários de escolas estaduais do Rio Grande do Sul aderiram a uma campanha para denunciar os atrasos de salário e passaram a registrar boletins de ocorrência em delegacias de polícia de várias cidades, com denúncias do parcelamento de salários, pelo governo. Nos documentos, eles registram o descumprimento do artigo 35 da constituição estadual: “O pagamento da remuneração mensal dos servidores públicos do Estado e das autarquias será realizado até o último dia útil do mês do trabalho prestado”.