Diário da Manhã

Os corredores da Beneficência Portuguesa de Pelotas foram palco, na tarde desta terça-feira (15), para a sinfonia e harmonia da Orquestra Jovem do Sesc, de Belo Horizonte – Minas Gerais. Por onde passaram, os músicos despertaram sorrisos, alegria e emoção em dezenas de pacientes, seus familiares e funcionários, que viram a rotina hospitalar se transformar ao som de violinos e uma escaleta (instrumento de sopro).

A atividade integra a programação do 9º Festival Internacional Sesc de Música que, neste ano, preparou uma série de intervenções dentro dos bairros e outros espaços ocupados pela população pelotense. A satisfação de proporcionar momentos felizes aos pacientes foi salientada pelo maestro Eliseu Barros, que regeu o grupo enquanto apresentavam clássicos como ‘Asa Branca’, ‘Como é Grande o Meu Amor por Você’ e ‘Aleluia’.

“A música tem o poder de afastar os problemas da mente das pessoas. Escolhemos estas canções pensando, principalmente, no público com mais idade, para que se reportem à infância e à juventude, e isso os deixe felizes e confortados”, reforçou Barros, que participa com a Orquestra no Festival pelo terceiro ano.

Felicidade é um termo apropriado para definir o sentimento que o grupo inspirou na paciente Neusa da Silva, de 51 anos. Recuperando-se de uma cirurgia, a jaguarense não conteve a emoção e foi até a porta do quarto para conferir de perto a passagem dos músicos – um quarteto de violinos, formado por jovens de 14 a 17 anos, um professor responsável pela escaleta e o maestro.

“É uma forma de acalentar a alma. Música traz paz, alegria e, com certeza, ajuda na recuperação”, disse Neusa.

Quem também caminhou até o corredor, envolvido pela melodia convidativa da Orquestra, foi Eduardo Lopes, de 73 anos. Com o celular direcionado ao grupo para registrar o momento, o paciente que aguardava para fazer uma cirurgia, não poupou elogios: “É uma surpresa muito boa, ainda mais pra mim, que sou das antigas… Conheço todas essas músicas”.

Pacientes, familiares e funcionários foram envolvidos pela melodia que tomou conta dos corredores do hospital

Relações Públicas da Beneficência, Gustavo Ortiz afirmou que a atividade sempre gera boa receptividade, o que confirma a ideia de que, além do atendimento técnico, as intervenções humanizadas também são essenciais para a recuperação dos pacientes e servem de suporte para os seus familiares. “Sabemos que o ambiente hospitalar não é nada fácil, então proporcionar estas ações para quem está aqui é muito bom”, acrescentou.

A programação específica voltada aos hospitais começou na manhã desta terça, na Santa Casa de Pelotas. Nesta quarta (16), um Grupo de Choro apresenta-se na Capela da Santa Casa, às 17h; na quinta (17), no Hospital São Francisco de Paula, às 15h; e na sexta (18), no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas, às 15h. O 9º Festival promove atividades até o dia 25 de janeiro, com apresentações musicais diárias, tanto no Centro quanto nos bairros.