MAPEAMENTO DO FUTEBOL : Precariedade atinge a maioria dos atletas no esporte
O mapa da desigualdade no futebol brasileiro pode ser visto nos estudos da Ernest & Young auditoria, em levantamento solicitado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os dados são relativos a 2018, considerando contratos até março de 2019.
O jornalista amapaense e morador de Recife, Cássio Zirpoli analisou os números trazidos. Entre profissionais e amadores, o Brasil apresenta 360.291 atletas de futebol, em atividade ou não. São 88 mil profissionais, 24,4% do montante. Apenas 3,2% do total teve contratos ativos na temporada.
Só 350 jogadores, ou 0,09% do total, apresenta salário mensal superior a R$ 50.000. Mais de 50% dos atletas cadastrados recebe menos do que mil reais com o esporte. 88% do total recebe menos do que 5 mil reais. Os melhores salários estão no Sudeste, enquanto os piores são da região Norte, que está ausente das Séries A e B do Brasileiro.
O total de salário dos jogadores no país chegou a 1 bilhão de reais. Mas 80% deste valor corresponde a apenas 7% dos atletas, escancarando a desigualdade. 39% dos jogadores são do Sudeste, 21% do Nordeste, 20% do Sul, 11% do Centro-Oeste e 9% da região Norte.
É importante salientar que os números totais levam em consideração os cadastrados em bases de clubes, dos 12 aos 20 anos, em cenário em que a profissionalização só pode ser feita a partir dos 16.