MAGISTÉRIO GAÚCHO : Sem negociação dos dias parados, a greve continua
É decisão de Assembleia Geral do CPERS: se o governador não negociar o corte de ponto dos grevistas e a recuperação das aulas, a greve da educação continua. A resolução foi o principal encaminhamento de sexta-feira na instância deliberativa máxima do CPERS.
Minutos após a definição, aprovada pelos mais de 2 mil educadores (as) presentes, o secretário da Educação, Faisal Karam, divulgou um vídeo apresentando um calendário falso de recuperação de aulas, em franco desrespeito com a categoria e a Lei de Gestão Democrática.
Não existe qualquer negociação efetivada com o governo. Assim, não existe garantia de pagamento para quem voltar à sala de aula. Reforçamos: a greve continua até que o governo garanta que o salário dos dias parados não será cortado.
Terminar o ano letivo, portanto, é uma responsabilidade de Eduardo Leite. O Comando de Greve do CPERS tentará uma agenda com o secretário na manhã desta segunda-feira, conforme pronunciamento da presidente.
Independente do posicionamento do governo, a luta continua. Janeiro será um mês de mobilização intensa, com visita às escolas, diálogo com a base, panfletagem e preparação para a possível votação dos demais projetos que compõem o pacote de Eduardo Leite.
Caso o governador convoque sessão extraordinária da Assembleia Legislativa em janeiro, o CPERS comunicará imediatamente a data de nova Assembleia Geral da categoria.
Durante a Assembleia Geral, a presidente Helenir Aguiar Schürer anunciou que o CPERS ingressará com Ação Direta de Inconstitucionalidade para barrar o projeto aprovado na última quarta-feira na Justiça.
“Neste Sindicato, a categoria é unida e ninguém solta a mão de ninguém. Não é possível que para superar a crise o governo decida confiscar dinheiro de quem tem menos e já trabalhou a vida inteira”, afirmou.
PROPOSTAS APROVADAS:
1. Manter a greve para negociar o pagamento do salário e suspende-la após acordo assinado que condiciona a recuperação das aulas ao pagamento dos dias parados. Respeito à autonomia das escolas na construção do calendário de recuperação das aulas;
2. Visita às escolas e plenárias nas regiões dos (as) deputados (as) da base do governo;
3. Assembleia Geral, no caso de ser convocada sessão extraordinária da Assembleia Legislativa;
4. Panfletagem em espaços de aglomeração de pessoas nos núcleos, fazendo a denúncia do pacote de Leite e sua retirada, bem como a defesa da escola pública e do serviço público;
5. Campanha de denúncia contra o governo Leite que articula a privatização da escola pública estadual através da Fundação Lemann e outras organizações;
6. Elaborar estudo e organizar a categoria para resistir ante a imposição da nova matriz curricular;
7. Denunciar os partidos e deputados (as) que votaram a favor do PLC 503 e fortalecer a pressão e vigilância sobre os mesmos, considerando a posição destes em relação aos demais projetos do pacote;
8. Reafirmar nossa posição contrária à municipalização das escolas públicas estaduais.