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quarta, 23 de outubro de 2024

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A promessa não realizada do POP Center

15 junho
10:01 2016

A faixa no lado externo do POP Center chama a atenção. Lojas para alugar naquele empreendimento.

A dúvida: as lojas não se destinam ao cadastro feito pela Prefeitura?

POP Center acumula problemas desde sua inauguração

POP Center acumula problemas desde sua inauguração

“Não”, responde Laura Viana, responsável pelos assuntos do POP Center na Secretaria de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana (SGCMU). Ela explica que o espaço que a administradora está oferecendo corresponde ao quinhão que lhe cabe. O Edital da parceria público-privada (PPP) prevê que a empresa gestora faça uso comercial de parte do empreendimento.

No local agora oferecido deveria ter sido implantado um restaurante. Como não houve interessados, o Consórcio Verdi/Cádiz resolveu lotear em diversas lojas menores. Muitas já estão ocupadas, mas ainda há espaços para novos empreendedores.

“Está perfeitamente legal, consultamos a Procuradoria do Município que deu parecer favorável a alteração”, informa Laura Viana. Mas existem outros problemas.

IRREGULARIDADES

Todos os responsáveis são sabedores das denúncias de irregularidades no POP Center. Um representante do consórcio, falou à reportagem. Disse saber de casos de venda de bancas entre os permissionários (o que é proibido), alertou também que existem inadimplentes e que as bancas não são retomadas pela Prefeitura para serem entregues a novos camelôs inscritos.

A representante da SGCMU confirmou que a Prefeitura não tem realizado fiscalização quanto ao cumprimento do estabelecido nas normas do POP Center, sobretudo no que diz respeito a regra de uma banca para cada permissionário. “É muito difícil fiscalizar, existem ainda questões judiciais e a figura do ‘preposto’”, observa Laura.

Ela informa ainda que anualmente é feito o recadastramento dos permissionários e que no final de junho haverá eleição para o novo Conselho Gestor do POP Center.

A situação do momento na Praça Cipriano Barcelos é essa: um canteiro de obras

A situação do momento na Praça Cipriano Barcelos é essa: um canteiro de obras

A PROMESSA DE UMA NOVA PRAÇA

Quanto a Praça Cipriano Barcelos, cuja requalificação ficou sob a responsabilidade do Consórcio Verdi/Cádiz, como contrapartida pela PPP, a obra se arrasta há mais de três anos. Finalmente avançaram depois de diversos contratempos, inclusive com a descoberta de um possível sítio arqueológico. Prometida para ser entregue à população em mais de uma dúzia de datas, a última marcação de entrega da obra era para 20 de abril. O dia já passou e a Praça Cipriano Barcelos, revitalizada, ainda não é da população.

“Dependemos de uma máquina da prefeitura para espalhar o aterro, mas já solicitamos diversas vezes e eles nunca vêm”, relata nossa fonte no Consórcio. A obra está parada, dessa vez, por culpa da Prefeitura de Pelotas.

Novos espaços ainda aguardam interessados em diversificar o mix do local

Novos espaços ainda aguardam interessados em diversificar o mix do local

PÉSSIMO NEGÓCIO

A instalação do POP Center tem se mostrado, nesses primeiros anos de atividades, um péssimo negócio. Os camelôs que hoje ocupam as lojas reclamam do alto custo dos espaços, desrespeito às regras estabelecidas no edital, baixa frequência de público e falta de diálogo com os gestores.

Os comerciantes do POP Center conseguiram ser recebidos pelo prefeito Eduardo Leite (PSDB) no dia 05 de maio. Levaram a reivindicação de redução do valor do aluguel das bancas. Saíram com promessas de “estudos de viabilidade”. De lá pra cá, nada de concreto. “Ainda não recebemos nenhum contato da Prefeitura sobre isso”, disse o representante do Consórcio à reportagem do DM. “E adianto: não há nenhuma margem para redução no valor…”, sentencia.

Pelo lado do Consórcio Verdiz/Cádiz, também há queixas. Por não conseguir locar o espaço destinado ao restaurante, os gestores reduziram o valor para 35% do que previa o estudo de viabilidade. Também há atrasos nos pagamentos dos aluguéis, o que compromete a prestação dos serviços de limpeza e segurança. “Tivemos uma elevação de 80% no valor da conta de água, com o novo sistema de cobrança do Sanep”, disse o representante do POP Center.

O histórico chafariz no centro da praça não está incluído na contrapartida. Seu restauro caberá à Prefeitura

O histórico chafariz no centro da praça não está incluído na contrapartida. Seu restauro caberá à Prefeitura

Já para a Prefeitura, o negócio tem sido motivo de muitas dores de cabeça. Como não consegue fiscalizar, perde o controle. Se realiza a fiscalização, sofre represálias. Tem o fato também de ser credora de uma praça revitalizada que nunca fica pronta e agora – ainda por cima – é acusada de dar razão ao atraso.

As denúncias aqui apresentadas são antigas e de conhecimento geral. Até mesmo dos vereadores encarregados de fiscalizar as ações do Poder Executivo. Todos sabem! Ninguém faz absolutamente nada.

Enfim, o POP Center tido como um dos grandes momentos do governo de Eduardo Leite vai se transformando numa imensa terra de ninguém e um evidente péssimo negócio.

(Texto e fotos HFJ)

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