AGOSTO NEGRO : Projeto do Coletivo Negada
Por Carlos Cogoy
Prossegue nesta segunda-feira a programação da quinta edição do “Agosto Negro”. A iniciativa é do Coletivo Negada, e as atividades tiveram início sexta-feira na Ocupação Coletiva Arteirxs (OCA). Neste ano, o tema do evento é “Juventude Negra Viva”, numa alusão à necessidade de perspectivas educacionais que ressaltem a dignidade e valorização étnica, bem como despertem para o aumento da violência do aparato público em relação aos jovens negros. Sexta houve festa e sábado a realização de oficinas na OCA. Ontem, a troca de ideias e oficinas à Praça Aratiba.
ATIVIDADES – Hoje às 19h na Semana Acadêmica do Serviço Social da UCPel – rua Gonçalves Chaves 373 -, atividade do “Agosto Negro”. Conforme divulgação, o Grupo de Mulheres Negras “Rosas do BGV” estará participando da Roda de Conversa Movimentos Negros Contemporâneos. Amanhã às 19h, a Roda de Conversa sobre “Juventude Negra” acontecerá no Colégio Municipal Pelotense – rua Marcílio Dias 1.597. Na quarta-feira às 19h, projeto terá etapa no Clube Cultural Fica Ahí Pra Ir Dizendo – rua Marechal Deodoro 368. O professor Francisco Vitória (UFPel), estará participando a Roda de Conversa “Negro, Educação e Depressão”. Sexta-feira às 16h no Largo do Mercado Central, atividades em apoio à Marcha contra a Redução da Maioridade Penal. Na programação: Afropel; capoeira; exposição “Protagonismo negro através das imagens”, com criações do artista visual e quadrinista Jonas Fernando. No sábado a partir das 10h no Centro de Desenvolvimento Dunas (CDD) – Ulisses Guimarães 2.057 -, oficina de culinária baiana e apresentações artísticas. Dia 30 das 15h à meia-noite na OCA – Praça da Alfândega – imediações do Porto, mostra de curtas, documentários e longas. Trata-se da mostra ‘Afro-cine’. A ideia é desconstruir o discurso opressor com filmes que enfocam outra história.
LIBERTÁRIO – Sem vínculos partidários e lideranças individuais, o Coletivo Negada originou-se do grupo libertário “Tranca Rua”. E foi o grupo baseado em princípios anarquistas que realizou o primeiro “Agosto Negro”. Aberto a quem quiser somar na luta, o Coletivo não aceita manipulações. Na trajetória, lutas como a reivindicação pela adoção de cotas na UFPel – campanha anterior à lei de 2012 -, participação na elaboração da Carta deliberada no Acampamento Regional Afro, que anualmente é realizado em São Lourenço do Sul. Entre os tópicos abordados, questionamento à violência contra a mulher negra, genocídio da juventude negra, e redução da maioridade penal. O Coletivo também esteve atuante na mobilização em defesa dos terreiros e religiosidade de matriz africana. No Balneário dos Prazeres, onde teve sede para atividades, o coletivo realizou oficinas de vídeo, rádio e atividades pedagógicas a crianças e jovens.