Asfalto da Fernando Osório esfarela com as mãos. Amostras vão para laboratório
Acompanhados do engenheiro civil Eduardo Azevedo, os vereadores Marcos Ferreira (PT) e Marcus Cunha (PDT), respectivamente presidente e relator da CPI da Fernando Osório viram pedaços do asfalto da avenida esfarelarem entre seus dedos. Um fato preocupante de acordo com o ex-professor da Universidade Católica de Pelotas que, durante 15 anos ministrou aulas sobre estradas de rodagem e pavimentação. As amostras de asfalto recolhidas pelos vereadores – que pouco precisaram se valer das pás e picaretas para conseguir pedaços do asfalto – uma vez que em vários pontos da avenida o material está solto e já virou pó, serão encaminhadas para laboratórios sugeridos pelo engenheiro.
“É preciso analisar tecnicamente, mas com certeza esse asfalto não deveria esfarelar com as mãos”, afirmou Eduardo Azevedo. Ele disse ainda que a Comissão Parlamentar de Inquérito precisa estudar, no projeto de construção da avenida Fernando Osório, o que consta sobre o grau de compactação do asfalto e depois “constatar na prática.
“Quando uma empresa faz uma obra como esta, tem que constar no projeto, entre muitos outros dados, o tipo de material a ser utilizado e a intensidade com que o solo será compactado”, explicou. Para saber tudo isso, no entanto, é preciso um estudo prévio da avenida, que, no caso da Fernando Osório, a CPI pedirá à empresa responsável pela obra.
Em muitos locais, o engenheiro fez uso de uma trena para medir a altura do asfalto, e não achou os cinco centímetros que a empresa responsável afirma ter colocado na obra. “Se está prescrito cinco, tem que ser cinco e não dois e meio”, disse Azevedo. Mas, na via em frente à agência do Banrisul, no início da Fernando Osório, a medida da camada de asfalto era de 1,5 cm.
Na pista em frente à Faculdade Anhanguera, foram encontradas espessuras diferentes, entre 4 cm e 5 cm. “Tem que investigar”, alertou o especialista. As explicações eram acompanhadas de perto pelos vereadores Edmar Campos (DEM), Ivan Duarte (PT), Antonio Peres (PSB) e José Sizenando (PPS).
Surpresa – Na ciclovia, na entrada do Pestano, uma surpresa. O asfalto ali colocado levou uma mistura de saibro e também está virando farelo. “Existe alguma coisa errada, ninguém executa um pavimento para um ano depois estar desagregado, ainda mais em ciclovia onde não passa carga pesada”, afirmou Azevedo.
O relator da CPI, Marcus Cunha, vai estudar o contrato e o projeto da avenida durante o feriado de Páscoa e contará com o apoio do engenheiro Eduardo Azevedo para analisar melhor o que consta sobre a obra na teoria e na prática.