AV. FERNANDO OSÓRIO : Obra feita para durar cinco anos
Declaração é do engenheiro civil Raul Odone Gonçalves, que assinou o projeto, durante depoimento na CPI da Câmara que investiga as obras de requalificação daquela avenida
O engenheiro civil Raul Odone Gonçalves, que depôs na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as obras de requalificação da Avenida Fernando Osório, afirmou que o projeto elaborado pela Prefeitura era de “manutenção temporária (conserva), para durar cinco anos”.
Ele garantiu que não houve erros no projeto assinado por ele e pelo colega da Unidade Gerenciadora de Projetos, engenheiro Lélio Brod. Odone disse que não acompanhou toda a obra porque se exonerou da Prefeitura em agosto de 2012.
“Não há erros. O projeto trata de uma conserva que garantiu conforto ao trânsito. Contempla manutenção temporária para fechamento das fissuras”, afirmou. Indagado pelo relator da CPI, vereador Marcus Cunha (PDT) sobre o prazo para esta manutenção temporária, ratificou: “cinco anos”. Novamente inquirido pelo relator, sobre a questão da sobrecarga de peso na Avenida Fernando Osório, que poderia afetar e trazer menor durabilidade ao projeto, Raul Odone respondeu: “quando se faz um projeto de pavimentação novo, é feito um estudo para 20, 15 anos. Mas não era o caso. Simplesmente recapeamos (a pista)”.
Em relação aos problemas apresentados somente um ano após a conclusão das obras, em frente à Faculdade Anhanguera e à agência do Banrisul, o engenheiro Raul Odone afirmou que “são problemas pontuais, de execução”.
OBRA CARA – Inquirido também pelo vereador Antonio Peres (PSB) sobre a durabilidade de uma obra tão cara, R$ 8,5 milhões investidos pelo Banco Mundial, Odone reafirmou que era de cinco anos. “Não era um projeto novo para alterar estruturas do pavimento, era conserva ou manutenção periódica.
Para o relator, o depoimento do engenheiro foi “elucidativo, na medida em que ele defendeu seu projeto e disse que a mão-de-obra do consórcio era péssima”. Cunha lembrou que Odone até sugeriu que na questão do pavimento em frente à Faculdade Anhanguera, a empresa poderia ter resolvido o problema “invertendo a pedra lisa para ficar mais aderente”.
A CPI ouvirá o engenheiro Lélio Brod, o diretor da UGP, Jair Seidel e o ex-prefeito Fetter Júnior.