“Bluesman” na Sigmund Freud
A família é de músicos e ele toca bateria. Também é talentoso no traço. O artista, cartunista e ilustrador Alisson Affonso, bacharel em Artes Visuais pela FURG, aproximou a música e as imagens. Na mostra “Bluesman”, que poderá ser visitada até 7 de julho, série com aguadas e aquarelas. O artista de Rio Grande é o convidado do espaço arte Chico Madrid – curadoria a cargo de Eduardo Devens – da Sociedade Científica Sigmund Freud. Visitação em horário comercial, e o espaço está localizado à rua Princesa Isabel 280 conj. 302.
BLUES – Ao DM Alisson acrescenta: “Não lembro o exato momento em que me encantei com a estética do Blues, possivelmente seja no princípio da minha insônia nos anos oitenta, em meio a filmes americanos no Corujão. Eles arriscavam na trilha e na temática, a música do Mississipi. Por conta do contato intrigante com o universo controverso e poético do Blues, venho colecionado no banco de imagens, uma série de elementos que considero importantes nessa cadeia construtiva que modela os seres que fazem essa música. Como desenhista encantado com a beleza da negritude do ‘Bluesman’, arrisco risco e mancho o papel Canson, com a tentativa de levar um pouco do que está evidente nessa natureza boêmia, além do que está implícito nessa complexa existência. Uma das intenções da série Bluesman é trazer à tona, não só a postura e costumes dos músicos de Blues, mas muito de sua negritude”.
BIG RIVER é História em Quadrinhos premiada. O autor explica: “No período mais produtivo da série Bluesman, desenvolvi uma História em Quadrinhos intitulada ‘Big River Blues’. Trata-se de um pai que abandonou a filha por conta da sedução pela vida boêmia e, por fim, a sua oportunidade de lamento através de uma música. A HQ foi premiada recentemente com o primeiro lugar na categoria quadrinhos no 22º Salão Internacional de Imprensa (SIDI). A HQ poderá ser vista na íntegra na revista independente Plataforma HQ, que brevemente será lançada em Rio Grande”.
MÚSICA – Baterista da banda “Bixo solto”, ele menciona: “Sou de uma família de músicos, gerações e gerações embaladas ao som do choro e samba. Vejo relações estéticas muito fortes em relação aos músicos de choro e de Blues. Os músicos mais antigos da minha família eram trabalhadores da construção civil, pegavam no pesado, passavam o dia todo sob a poeira do cal e do cimento, mas à noite quando desempenhavam o papel de músico, tinham o visual impecável, não deixavam qualquer resquício fosco da matéria bruta do seu trabalho, sapatos e instrumentos tinham o brilho de novos, enfim, essas características vejo muito presentes também na boemia do Mississipi”.