BRA-PEL 363 : Brasil vence e se livra do sufoco
VITÓRIA REDENTORA
Foi um domingo perfeito para o Brasil: ganhou o Bra-Pel 363 por 2 a 1, venceu pela primeira vez na temporada no Bento Freitas, afastou definitivamente o risco de rebaixamento no Campeonato Gaúcho e ainda tem chance de classificação para as quartas de final. Já o Lobo está há três rodadas sem ganhar e adia a definição da conquista de vaga na próxima fase do Gauchão. Vai decidir seu futuro na partida diante do Grêmio, quarta-feira, na Boca do Lobo.
No Bra-Pel da paz, com torcida mista no Bento Freitas e estádio praticamente lotado, o clássico foi carregado de emoção e cheio de alternâncias no rumo da partida. O técnico Gustavo Papa manteve a base da equipe, trocando apenas Nirley por Heverton. Já Diego Gavilán foi mais radical no setor ofensivo, colocando Leo Bahia pelo lado do campo e Claudio Correa, El Ogro, no comando de ataque.
FALHA – O Bra-Pel começou a apresentar cedo seus personagens. Aos sete minutos, Pará colocou uma bola na área e o goleiro Airton falhou feio. Ele errou a passada e deixou a bola entrar. Um frango. Em seguida, Airton se recuperou do erro ao defender uma cabeçada de Michel, após lance pela esquerda criada por Diogo Oliveira e Bruno Paulo. O Pelotas assimilou o golpe e passou a dominar o jogo.
Jarro ficou duas vezes na frente do goleiro Carlos Eduardo, que ganhou o duelo nos dois momentos. Primeiro, dando um tapa providencial na bola e, depois, salvando com o pé. Na bola alta (potencial do Pelotas), Reinaldo Dutra cabeceou uma bola por cima do travessão. O empate ocorreu aos 36 minutos. Depois de uma cobrança de arremesso lateral, a defesa do Brasil cortou e Jarro pegou o rebote, de primeira, mandando a bola no ângulo.
DAS VAIAS AOS APLAUSOS – O Brasil voltou para o segundo tempo melhor agrupado em campo e mais incisivo no ataque. Aos 10 minutos, Diogo Oliveira chutou a gol, Airton fez a defesa parcial, Bruno Paulo cruzou da esquerda e Michel só completou para a rede. O centroavante estava ouvindo vaias da torcida – protestos que se transformaram em aplausos. Michel ainda marcou outro gol, mas o auxiliar de arbitragem Leirson Peng Martins marcou impedimento.
O jogo esteve à afeição do Brasil em função da expulsão de Reinaldo Dutra, aos 20 minutos. No esforço, o Pelotas conseguia chegar ao ataque, especialmente através de Jarro. Num erro de Ricardo Luz, Jarro teve a chance do empate, mas Carlos Eduardo salvou o Xavante. Aos 36, Heverton também foi expulso e o jogo ficou equilibrado – pelo menos em número de jogadores em campo. Como Papa já havia feito as três modificações, Sousa teve que ser improvisado na zaga.
O Pelotas voltou a crescer em campo e passou a pressionar em busca do gol de empate. Carlos Eduardo foi decisivo novamente ao dividir o lance ao sair nos pés de Giovane Gomez. Rubinho também teve a chance do empate numa cobrança de falta, mas a bola passou por cima do travessão. No apito final da partida houve comemoração dos rubro-negros, que finalmente puderam aliviar a pressão em função do risco de rebaixamento. O Lobão completou o terceiro jogo sem ganhar. Antes perdeu para o Caxias e empatou com Veranópolis.
Personagens
Airton – O goleiro do Pelotas chegou a ser dúvida para o Bra-Pel deste domingo, no Bento Freitas, em função de um desconforto no joelho. Mas sua presença foi confirmada bem antes de sair a escalação oficial. Na sua primeira intervenção, Airton falhou e tomou o gol de Pará, numa bola colocada na área. “Calculei mal a velocidade da bola, não considerei o vento. Foi fatalidade minha”, afirmou no final da partida. Logo depois dessa falha, Airton fez grande defesa em cabeçada de Michel.
Decisivo – Carlos Eduardo foi escolhido como o melhor jogador do Brasil no Bra-Pel 363. Como o time, ele se recuperou da péssima atuação no segundo tempo do jogo de terça-feira – derrota de 4 a 1 para o São Luiz, no Bento Freitas. O goleiro protagonizou um duelo aparte com Jarro. Ganhou três deles, mas foi vencido num – exatamente no gol do Pelotas. “Eu fiquei muito mal, depois do jogo passado, mas tive a confiança da comissão técnica. Hoje, nós colocamos o coração, colocamos tudo e muito mais”, frisou o goleiro.
Oportunista – Quando sai da área, Michel “briga” com a bola e é reprovado pela torcida. No começo do segundo tempo, ele foi vaiado duas vezes por erros cometidos. A resposta veio com o gol – lance de oportunismo na pequena área. O centroavante marcou ainda um segundo gol numa linda cabeçada, mas a arbitragem marcou o impedimento. “É preciso ter muita força emocional para suportar. Tem muita cobrança aqui no Brasil e na rua também”, disse o atacante.
Velocistas – Não foi o jogo para os meias aparecerem. Diogo Oliveira andou muito isolado na missão de articulação. Germano esteve bem abaixo do que vem produzindo neste Gauchão. O Bra-Pel foi dos velocistas. Bruno Paulo levou vantagem técnica sobre Aquilino Gimenez. Pelo outro lado, Jarro foi o personagem do Bra-Pel com a camisa do Pelotas. Ele exigiu três grandes defesas de Carlos Eduardo, marcou o gol de empate no primeiro tempo e, mesmo com câimbras, ele foi uma ameaça permanente à vantagem rubro-negra.
BRASIL
Carlos Eduardo
Ricardo Luz
Leandro Camilo
Heverton
Pará
Leandro Leite
Sousa
D. Oliveira (M. Assis)
Daniel Cruz (Branquinho)
Bruno Paulo (Helder)
Michel
Técnico: Gustavo Papa
PELOTAS
Airton
Gimenez (Rubinho)
Dão
Felipe
Rômulo
Makelele
Reinaldo Dutra
Germano (Leo Costa)
Leo Bahia (Giovane)
Jarro
El Ogro
Técnico: Diego Gavilán
- Local: Estádio Bento Freitas, em Pelotas
- Árbitro: Leandro Vuaden
- Assistentes: Elio Nepomuceno Junior e Leirson Peng Martins
- Cartões amarelos: Ricardo Luz, Heverton e Sousa (B); Felipe e Makelele (P)
- Expulsões: Heverton (B); Reinaldo Dutra (P)
- Gols: Pará (7min) e Jarro (36min do primeiro tempo); Michel (10min do segundo tempo)