CAPÃO DO LEÃO : Reajuste zero desperta indignação
Prefeitura nega reajuste salarial e revolta toma conta dos servidores municipais
Nas redes sociais os sentimentos de incredulidade, indignação e revolta dividem espaços nas “contas” de internautas externos ao contexto e, principalmente, dentre os servidores da prefeitura municipal. Em momento de negociação salarial da categoria, data-base 1 de maio, a decisão da prefeitura, tornada pública na sexta-feira, caiu como uma bomba na comunidade leonense e servidores municipais: a contraproposta do Executivo às reivindicações da categoria foram consideradas como “deboche”.
Em documento entregue pelos secretários de Finanças, Jerri Madruga, e de Administração, Igor Viana, à comissão de negociação, do Sindicato dos Municipários, o Executivo Municipal informa a impossibilidade de conceder qualquer percentual de reajuste aos servidores. Ou seja, reajuste zero em 2018. E oferece R$ 40,00 de reajuste no vale-alimentação.
A assembleia da categoria, dia 4 deste mês, deliberou reivindicação de 7% de reajuste salarial e R$ 100,00 no vale-alimentação.
“Governo do PT, do prefeito que era sindicalista, vereador e pousava sempre como defensor dos trabalhadores, mostra agora sua verdadeira face”, dizia num grupo do Facebook, no qual o autor aludia ao prefeito Mauro Nolasco(PT), que tem como sua vice a professora Gilciane Baldassari, também do Partido dos Trabalhadores.
“É ridículo, nem a inflação”, observa um membro da comissão de negociação.
Na reunião na Casa de Cultura, na sexta-feira, os gestores apontavam diversos motivos para não atender a demanda dos servidores. O principal seria comprometer compromissos futuros com os próprios servidores, elencando necessidade de adequações diversas. Atualmente, a folha de pagamentos da prefeitura ultrapassa 55% do orçamento municipal, ou seja, acima dos 54% legalmente permitidos.
Os sindicalistas, por sua vez, apontam situações a que consideram contribuir para o quadro negativo às perspectivas da categoria: “Gastos excessivos em pagamentos de RPAs, contratos emergenciais para áreas diversas e contratação de estagiários”, dentre outros fatos, como gastos com diárias etc.
“Esse é um momento delicado, pela primeira vez a prefeitura registra uma contraproposta sem reajuste, que está despertando uma revolta muito grande entre os servidores”, salienta o presidente do Sindicato dos Municipários de Capão do Leão, Marcos Rodrigues.
ASSEMBLEIA – Na próxima quinta-feira às 10h, na sede do Sindicato, os servidores da prefeitura voltam a se reunir em assembleia para deliberarem sobre o tema. Dentre a categoria já existem correntes que “pregam” diversas formas de protestos à contraproposta da administração. Os mais radicais querem greve; a turma ponderada defende operação padrão, do tipo “tartaruga” ou menos tempo nos locais de trabalho.