CARNAVAL 2014 : Câmara quer informações sobre gastos com a Folia
O Carnaval 2014 de Pelotas começou e terminou cercado por dúvidas que a Câmara Municipal quer esclarecer o mais rapidamente possível.
A mais importante diz respeito aos investimentos divulgados pela Prefeitura de R$ 2 milhões para uma festa onde foram anunciados 30 camarotes a R$ 500,00, totalizando R$ 15 mil, e 2.300 lugares nas arquibancadas, a R$15,00, que, se fossem todos vendidos, somariam mais R$ 34.500,00. A lista de despesas, no entanto, é bem grande. Decoração, águas dançantes, iluminação, segurança, asfalto, montagem da infraestrutura, pagamento de horas extras aos funcionários e demais valores que o Executivo deverá encaminhar à Câmara, para responder ao pedido de informação do vereador Marcos Ferreira (PT), que pretende analisar os possíveis prejuízos da festa.
O vereador Marcola não foi o único a criticar o carnaval. O presidente do Legislativo, Ademar Ornel (DEM), disse que a festa “pode ser considerada um fracasso”. “A redução no número de cadeiras foi expressiva, a participação das entidades também, mas o investimento se manteve o mesmo”. Segundo o parlamentar, a falta de público também foi causada pela dificuldade da população em se deslocar até á passarela do samba, na zona portuária. “Moradores de vilas e bairros tiveram que descer no centro da cidade e caminhar ou então pagar dois ônibus para chegar ao local”, disse Ornel.
“O carnaval de Pelotas estava entre os melhores do país, e, hoje, não é nem mesmo um dos melhores da região”, lamentou o presidente da Câmara. Embora o Legislativo considere que a escolha do Porto para a realização da festa não tenha sido motivo de discussão, faltou ao governo qualificar melhor o local, “berço do samba em Pelotas”.
“Precisamos investir para não termos de comparar a nossa festa às de outras cidades, como Jaguarão, Arroio Grande e a da Praia do Cassino, onde os turistas lotaram hotéis, movimentaram o comércio e fizeram grandes carnavais. Aqui, nem mesmo os cargos de confiança do primeiro escalão do governo apareceram para prestigiar a festa, somente o prefeito e a vice”, disse Ademar Ornel.
A maior parte dos vereadores criticou, ainda, a questão da segurança da festa, da organização e da falta de planejamento. Mas, os prejuízos, contrapostos aos altos valores investidos, foram a tônica dos discursos. Como afirmou o vereador Beto Z3, “todo esse recurso podia ser aplicado em outras áreas da cidade mais necessitadas”.