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Carnaval 2015 ainda segue sem definição

Carnaval 2015 ainda segue sem definição
16 outubro
10:12 2014

Câmara realizou audiência pública com os carnavalescos e, agora, quer apurar onde foram gastos os recursos com o evento deste ano

Embasados na prestação de contas oficial da Prefeitura, os parlamentares presentes à audiência pública realizada na noite de terça-feira, vão pedir explicações ao Executivo sobre os gastos com a festa do ano passado.

A sugestão foi apresentada pelo presidente da Casa, Ademar Ornel (DEM), que pediu à Comissão Especial do Legislativo para investigar e ouvir os responsáveis sobre a utilização dos recursos e a prestação de contas. “Os valores são inexplicáveis”, afirmou o parlamentar, citando como exemplo os custos com alimentação, de R$ 20mil, que segundo disse, “davam para alimentar todo mundo que esteve no Carnaval”.

Presidida pelo vereador Marcos Ferreira, Marcola (PT), a audiência contou com a presença do presidente da Associação das Entidades Carnavalescas, Jorge Vasques, e do superintendente de manifestações populares do Executivo, Francisco Rangel. No plenário, carnavalescos acompanharam os debates. A grande questão foram os gastos com o Carnaval 2014, que não convenceram nem os vereadores nem as entidades.

CARNAVALESCOS participaram de audiência pública na Câmara

CARNAVALESCOS participaram de audiência pública na Câmara

OS PRINCIPAIS números questionados referem-se às despesas com segurança que, em 2013 foram de R$ 316 mil e em 2014 subiram para R$ 398 mil; sonorização, em 2013, R$ 90 mil, em 2014, R$ 199 mil; energia elétrica, em 2012, R$ 111 mil, em 2013, R$ 238 mil e em 2014, R$ 296 mil. Locação de plantas ornamentais, que não houve licitação em 2013, foram gastos em 2014, R$ 5.900. De acordo com o apresentado na prestação oficial de gastos, somente 15% dos recursos foram empregados na subvenção das escolas, o restante foi empregado na estrutura, com pessoal e pagamento de jurados.

Para o vereador Marcola (PT) muito pouco foi repassado para as entidades, e os valores do Carnaval devem estar previstos no orçamento municipal. “O governo tem muito a explicar, como por exemplo, o gasto de quase R$ 400 mil em segurança”, afirmou.

O presidente da Assecap, Jorge Vasques, disse que dos quase R$ 2 milhões que seriam destinados ao Carnaval, somente 10% foram repassados às entidades. Vasques lembrou que, mesmo sem a presença das escolas especiais, a Prefeitura apresentou os mesmos gastos com a festa.

Jorge Vasques adiantou que, faltando pouco mais de 100 dias para a festa de 2015, a Prefeitura ainda não divulgou nada a respeito do próximo Carnaval, nem mesmo sobre a construção da passarela definitiva ou a subvenção das escolas. Convidado a se manifestar, o superintendente de manifestações populares do Executivo, Francisco Rangel, disse que não seria possível naquele momento responder as dúvidas apresentadas. Questionado sobre a ausência do secretário de Cultura à audiência, Francisco Rangel disse que ele não fora avisado, no que foi contestado pelo vereador Ricardo Santos (PDT), que apresentou cópia da mensagem encaminhada ao secretário, convidando-o a comparecer.

INCOMPETÊNCIA – Para o vereador Ademar Ornel, o fracasso do Carnaval pelotense reflete a incompetência dos organizadores. Ele comparou a festa local com os eventos em municípios como Jaguarão, Arroio Grande e São Lourenço, onde os carnavais são um sucesso, com superlotação nos hotéis e um público expressivo, enquanto em Pelotas,” não se verifica nenhuma hospedagem na rede hoteleira para a folia e em algumas noites havia apenas 10 pessoas nas arquibancadas”.

Os vereadores Ivan Duarte (PT), Rafael Amaral (PP), Edmar Campos (DEM), Tenente Bruno (PT) e Toninho Peres (PSB), também abordaram a importância de dar atenção para a folia pelotense.

O presidente da Escola de Samba General Telles, Luciano Porto, disse que os carnavalescos estão cansados e que podem ser considerados “mágicos” em colocarem uma escola na rua com tão poucos recursos. Segundo afirmou, “ou o Poder Público ajuda ou nenhuma entidade participa do carnaval 2015”. Por fim destacou que se for necessário os carnavalescos “vão até mesmo se acorrentar na frente da Prefeitura” para reivindicarem seus direitos.

O presidente da Xavabanda, Fagner Feijó, pediu mais respeito com o Carnaval. Ele disse que quem fez o milagre de realizar a folia de 2014 em tão pouco tempo, foram as entidades e não os representantes do Executivo. Lembrou que a Xavabanda colocou mais de três mil integrantes na passarela, enquanto apenas um pouco mais de mil pessoas assistiam.

 

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