CASO TREICHEL : Ex-marido de empresária executada vai a julgamento
Treze anos depois, o último acusado pela morte da empresária Gleci Mielke Treichel, seu ex-marido Walnir Treichel, será julgado em um processo que se emaranhou nas teias da justiça e que finalmente teve recurso julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A sessão de julgamento agendada pelo Tribunal do Júri está marcada para o dia 21 de junho, às 9h30min e deverá movimentar o Foro de Pelotas, em um desfecho para o caso que foi um dos mais comentados à época.
Os demais réus no caso já foram condenados em júris anteriores. Milton Quevedo Funari, que contratou os executores, recebeu a pena de 19 anos de reclusão, mas teve a mesma diminuída para 12 anos e 8 meses, beneficiado pelo acordo de delação premiada. Os irmãos Ilson e Leonardo Castro de Oliveira, executores da trama, foram condenados a 16 anos de prisão, cada um.
13 ANOS DEPOIS – Na tarde de 23 de abril de 2003, a empresária Gleci Mielke Treichel foi sequestrada por dois homens, no centro da cidade, enquanto levava seu pai a uma consulta médica. Seu pai foi libertado no trajeto; e ela levada até o lugar conhecido como Passo dos Carros, no interior do Capão do Leão. Lá, a empresária foi executada com um tiro na nuca. O corpo de Gleci foi encontrado poucas horas depois.
Em 9 de junho do mesmo ano, foi decretada a prisão preventiva do ex-marido da vítima, Walnir Treichel, acusado de ser o mandante do crime. Após 40 dias foram presos os outros três acusados.
JULGAMENTO – O Foro de Pelotas deverá receber intensa movimentação na data marcada para a sessão do júri. O réu aguarda em liberdade desde 2005. A decisão da justiça indeferiu o requerimento do Ministério Público para ouvir o corréu Milton Funari, em plenário; assim como a inclusão de registros telefônicos e documentais relativos a seu interrogatório, pois no entendimento da justiça, isto poderia influenciar os jurados e prejudicar o direito de defesa do réu. O advogado de defesa de Walnir Treichel, Antônio Ernani Pinto Silva Filho, confirmou a informação sobre o julgamento, mas preferiu não se manifestar a respeito.