CHAPECÓ : Velório coletivo no Condá
Autoridades de Chapecó preparam cerimônia de homenagem às 71 vítimas
A Prefeitura Municipal de Chapecó confirmou ontem que o velório das vítimas do acidente aéreo na Colômbia será realizado na Arena Condá. O dia e o horário da cerimônia ainda não estão definidos, já que dependem da liberação dos corpos e do transporte ao Brasil. A chegada dos corpos no município do oeste catarinense está prevista para sexta-feira. Na noite de ontem 45 corpos já tinham sido identificados.
Os preparativos para o velório coletivo começaram a ser providenciados nesta quarta-feira. A expectativa é que cerca de 100 mil pessoas compareçam a esse ato de despedida dos mortos no voo, que levava a delegação da Chapecoense para a Medellín na Colômbia. Na tarde de ontem houve uma simulação dessa operação, que será iniciada assim que os corpos chegarem ao aeroporto de Chapecó. Os caixões serão colocados em carretas, que sairão em comboio até o estádio.
A diretoria trabalha para que o velório de todas as vítimas todas as que morreram no acidente da madrugada de terça-feira seja feito no gramado. Será respeitada, porém, a vontade das famílias que queiram fazer o velório em outro lugar. Dos 19 jogadores, que morreram, nenhum era natural de Santa Catarina.
TRIBUTO – As arquibancadas da Arena Condá ficaram lotadas ontem à noite para homenagear as vítimas nesse que foi o maior desastre aéreo da história do esporte mundial, com 71 mortos e seis feridos. A cerimônia ecumênica, com a presença de dois pastores e um padre, começou às 21h45 – horário marcado para iniciar o jogo da final da Sul-Americana entre Chapecoense e Atlético Nacional.
Apesar da consternação dos presentes, o clima era de incentivo, com direito a cânticos do público. Entre eles, versos como “somos o Índio do Oeste” – recorrente nos jogos do time -, e “me escutem em todo continente, sempre recordaremos a campeã Chapecoense”, como é cantado pela torcida do Atlético Nacional em Medellín desde a terça-feira.
Risco de infecção preocupa
Os quatro brasileiros (três jogadores e um jornalista) sobreviventes no acidente com a delegação da Chapecoense não correm risco de morte, mas há preocupação sobre a possibilidade de eles contraírem infecção. O clube de Santa Catarina divulgou na noite de quarta-feira o boletim médico, atualizando a situação do goleiro Follmann, do zagueiro Neto e do lateral-esquerdo Alan Ruschel; e também do jornalista Rafael Henzel.
“A maior preocupação, em relação a todos os sobreviventes, diz respeito ao perigo de infecção, já que os ferimentos apresentavam nível alto de contaminação. Ainda não há previsão sobre a alta dos pacientes, mas a equipe médica da Chapecoense tranquiliza a todos, já que a estrutura e os cuidados oferecidos estão sendo os melhores possíveis”, diz o boletim.
Ao lado, a discrição do boletim médico de cada um dos que estão hospitalizados em Medellín na Colômbia. Os dois tripulantes, que se salvaram – Ximena Suárez e Erwin Tumirik – têm condições estáveis e estão fora da UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
Neto – Está em estado crítico, mas estabilizado, oferecendo boas perspectivas de melhora.
Follmann – É o que se encontra em estado mais grave, tendo uma das pernas amputadas e a outra em análise, com possibilidade de amputação do pé. Ainda assim, seu quadro é estável, apesar de requerer mais cuidados.
Alan Ruschel – Foi submetido à uma cirurgia da coluna vertebral, mas está com movimentos normais em membros superiores e inferiores. Apesar das múltiplas escoriações, e do estado crítico, está estabilizado e também oferece perspectiva de melhora.
Rafael Henzel – teve um trauma toráxico e uma fratura de perna. O estado também é crítico, mas as perspectivas são otimistas.