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Contratação de Consultoria para Eduacação pauta debate na Câmara

Contratação de Consultoria para Eduacação pauta debate na Câmara
20 fevereiro
10:43 2014
Vereador Adinho

Vereador Adinho

Nas duas últimas sessões plenárias, um dos principais temas abordados pelos parlamentares tem sido o contrato entre a Prefeitura de Pelotas e a Falconi Consultores, por R$ 2,5 milhões, para uma ‘radiografia’ da educação no município. Nos dois dias, o vereador Professor Adinho (PPS), da base do governo, foi um dos mais contundentes. Na manhã desta quarta-feira, ele fez um alerta: ” a governadora Yeda Crusius teve a resposta nas urnas. Estou prevendo o óbvio. Temos que ouvir mais a voz do povo e não cair de novo no que está na cara que vai acontecer”.

Adinho afirmou que, até o mês de maio, a Câmara estará recebendo professores munidos de cartazes, “gritando que não temos o piso nacional, mas pagamos R$ 2 milhões por uma consultoria. E não é só isso.  Cerca de 90% do magistério gaúcho repudiaram os contêineres e, agora, querem que os nossos professores deem aula em contêineres. Mais um pouco, vamos vesti-los de estivadores, sem desmerecer esta categoria que ganha mais do que o magistério, mas o professor não se formou para dar aula em contêiner”.

Vereador Anselmo Rodrigues

Vereador Anselmo Rodrigues

Em aparte, o vereador Anselmo Rodrigues, PDT, cumprimentou o vereador Adinho pelo seu pronunciamento: “sinto-me honrado em tê-lo como colega. Acabei de descobrir que o senhor é um mestre”, afirmou Anselmo, que, desde a divulgação do contrato de consultoria da Prefeitura, tem se posicionado contrário, por considerar que desrespeita os professores do município e as instituições de ensino locais que têm todas as condições para realizar o mesmo trabalho, sem ônus para o governo.

O vereador Anderson Garcia (PTB), também da base governista, preferiu não se posicionar até que o governo e os representantes da consultoria se posicionem na audiência pública que será realizada na próxima terça-feira, 25/02. “Antes de assumir uma posição, preciso saber quem é esta empresa, como será seu trabalho, qual é a finalidade”, afirmou o parlamentar. Ele explica, ainda, que, para dirimir suas dúvidas, também precisará ouvir a Prefeitura.

Já os vereadores da oposição dizem não ter nenhuma dúvida sobre o contrato firmado pelo governo. Segundo o presidente da câmara, vereador Ademar Ornel (DEM), tanto a Universidade Federal de Pelotas, quanto o Instituto Federal de Educação Tecnológica, IFSul, por meio do Núcleo de Estudos de Ciência e Matemática, Necim, se ofereceram para realizar o mesmo trabalho de graça. “Toda a comunidade educacional de Pelotas está inquieta, porque esta consultoria é uma afronta, é um completo desrespeito à equipe da Secretaria Municipal de Educação, como se esta não tivesse condições de melhorar os índices educacionais do município”, argumentou Ornel.

O parlamentar também disse que, “no momento em que a Prefeitura deixa de pagar o piso nacional dos professores ela não pode gastar R$ 2 milhões para pagar uma consultoria externa”.

Ademar Ornel fez questão de salientar a idoneidade do secretário de Educação, Gilberto Garcias, “que conheço desde a juventude, cuja carreira é brilhante, séria, mas alguma coisa não cheira bem nesse processo. Até porque a dispensa de licitação, baseada no notório saber dessa consultoria não é bem assim. A Fundação Getúlio Vargas é muito superior e não foi chamada, e esta Falconi já tentou dar palpite, inclusive no Sanep, por alguns milhões”.

Vereador Marcus Cunha

Vereador Marcus Cunha

MATEMÁTICA – Além de se posicionar contrário à consultoria, o vereador Marcus Cunha (PDT) também falou a respeito da chegada dos contêineres alugados para substituir salas de aula na rede municipal de ensino. Ele apresentou uma “simples conta matemática” aos colegas, durante seu discurso na manhã desta quarta-feira, para mostrar como os R$ 377 mil que serão gastos com o aluguel de nove contêineres poderiam ser empregados.

“Com os seis meses de aluguel, nove salas de aula poderiam ser construídas para serem permanentes. Quarenta salas custariam R1,4 milhão, ou seja, praticamente os R$ 2 milhões que a Prefeitura gastará com a consultoria para saber como anda a educação no município. Não tem lógica, sob o ponto de vista da boa administração do dinheiro público”.

Anselmo Rodrigues também criticou o aluguel de contêineres que servirão de sala de aula para os alunos da rede municipal de ensino. O parlamentar frisou que deixou a prefeitura de Pelotas, nos anos 90, com três mil vagas sobrando na rede municipal de ensino. “Eu valorizo o filho do pobre porque eu vim de lá”, enfatizou. “Não posso aceitar que nossas crianças estudem em micro-ondas. É isso que chamo de desinteresse total pela educação de nosso povo”.

“O dinheiro público está sendo colocado fora”, disse da tribuna o vereador Beto Z3, ao se referir ao pagamento da Falconi Consultores e ao aluguel dos contêineres para substituir as salas de aula. Segundo o parlamentar, esses recursos deveriam ser aplicados em obras permanentes no município.

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