COVID : Pediatra explica porque dose da vacina para crianças é menor
A vacina da COVID para os maiores de 12 anos contém 30 microgramas enquanto a pediátrica contém 10. Essa diferença acontece pelo mesmo motivo que outros medicamentos possuem doses reduzidas quando a criança é menor. Durante os testes de segurança realizados para criar o imunizante, são experimentadas várias doses para ver qual terá a melhor resposta do sistema imunológico e que causará efeitos colaterais mínimos.
“Hoje em pediatria sempre se observa esse aspecto. Uma criança, por exemplo, não vai tomar um paracetamol inteiro como nos casos de adultos. A dose é menor, o que é muito de acordo com o peso. Os estudos foram feitos dessa maneira”, explica.
Entre os pais e as crianças uma dúvida ainda recorrente é porque a imunização não acontece em gotinhas, como funcionam algumas das vacinas. O médico pediatra associado da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Fabrizio Motta, explica que o objetivo de cada medicação e o modo de agir são diferentes
“As vacinas contra rotavírus e poliomelite, por exemplo, são aplicadas pela via oral, pois a infecção é adquirida por essa via, assim a vacina simula a infecção. Além disso, no caso da vacina oral contra a poliomielite, como tem excreção nas fezes ocorre a imunização indireta dos contactantes, ampliando o grupo a ser atingido. Na COVID-19 a forma injetável é a melhor para fazer as células de defesa produzirem os anticorpos”, acrescenta Fabrizio.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a aplicação da vacina Comirnaty (da Pfizer-BioNTech) em crianças de 5 a 11 anos no dia 16 de dezembro de 2021.A vacinação das crianças começará simultaneamente no dia 19 de janeiro em todos os municípios do Rio Grande do Sul. Os primeiros vacinados serão meninos e meninas com alguma comorbidade, como hipertensão, diabetes ou asma, ou imunossuprimidos.
Em seguida, o cronograma segue ordem decrescente de idade. A Secretaria de Saúde informa que “crianças indígenas e quilombolas serão vacinadas conforme orientação futura do Ministério da Saúde”, embora estejam listadas como prioridade pelo MS.