Diário da Manhã

A dificuldade de encontrar empresas dispostas a assumir as propostas lançadas nos editais de licitação pela Prefeitura Municipal de Pelotas motivou a realização de reunião entre o prefeito municipal, Eduardo Leite (PSDB), com um grupo de construtores ligados ao Sindicato da Indústria da Construção e Mobiliário (Sinduscon) de Pelotas e Região.

O encontro ocorreu ontem, no auditório da Casa da Indústria, discutindo os motivos que ocasionam o desinteresse da iniciativa privada em apresentar propostas.

Duas situações recentes, envolvendo a construção das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) na Zona Norte e na avenida Bento Gonçalves, ilustram a preocupação do governo e disparam o alerta para o próximo ano que, no papel, tende a ser de execução de vários projetos: a primeira resultou em licitação deserta e a segunda obteve baixa procura, sendo que a construtora vencedora é de fora do município.

AO APRESENTAR os diretores das construtoras locais presentes ao encontro, o presidente do Sinduscon/Pelotas, Ricardo Ferreira, explicou que o momento ainda positivo para o setor privado, principalmente em Pelotas e Rio Grande, faz que com que muitas empreiteiras locais não migrem para obras públicas como estratégia de mercado. “Com o setor aquecido, é normal que se procure o melhor retorno financeiro”, alertou.

PREFEITO reuniu-se ontem com construtores

Além da escassez da mão de obra, os construtores também mencionaram alguns entraves burocráticos que acabam causando o desinteresse do setor como, por exemplo, a falta de qualidade nos projetos e o atraso de pagamento em medições, quando o recurso vem diretamente da União. “Nós empreendedores estamos prontos para novos desafios, porém, trabalhamos em regime de sistema e a definição dos projetos com clareza e mobilidade para repetições são fórmulas de sucesso para o ingresso de nossas construtoras nas licitações”, disse o diretor da Serial Engenheria, Rui Idiarte Lucas.

EM RESPOSTA, Eduardo Leite deu garantias de que buscará a correção das falhas em editais lançados através da formação de uma comissão técnica que deverá avaliar e identificar os problemas. O chefe do Executivo ainda mencionou que a medida precisa evitar que, mesmo com verbas disponíveis, os projetos travem por falta de interessados. “A execução de nossas propostas representam a melhoria da qualidade de vida da comunidade, sem contar com a geração direta de emprego e renda. Estou aqui para incentivar empreendedores locais à participação, pois, temos uma gama variada de tipos de obras pela frente. Não gostaria de me frustrar com licitações desertas”, concluiu.