Diário da Manhã

Por Carlos Cogoy

Numa tarde sem atrativos de lazer e opções culturais, crianças e jovens podem procurar aventura e satisfação em experiências perigosas. Pouca novidade, pois a violência urbana tem evidenciado a elevada incidência do tráfico e consumo de drogas. Há quatro anos, jovens do Loteamento Dunas, diante da falta de atividades de lazer, criaram o projeto “Dunas Rap”. Assim, ao invés do risco de problemas nas ruas, o microfone para expressar desabafo, críticas e desejos. Neste ano, o Dunas Rap foi além do loteamento. E teve edições no Navegantes 2, Simões Lopes e bairro Getúlio Vargas (BGV). A itinerância foi viabilizada através de financiamento da Secretaria de Cultura, já que o projeto teve aprovação em edital.

Meninas sambaram sob o ritmo da batucada

POLÍTICA pública poderia ser desencadeada a partir do “Dunas Rap”. No entanto, ao invés de algumas tentativas de descentralização que, ou estavam associadas à campanha eleitoral visando reeleição, ou foram episódicas sem construir alternativa, o “Dunas Rap” oferece aprendizado. Para que a descentralização se legitime, a coordenação deve ser protagonizada pelos moradores da periferia. Na itinerância do projeto, a produção foi da equipe do Ponto de Cultura Paralelo 33 “Transformundo” e estúdio livre Casa Brasil. A equipe acertou e fica o exemplo de que é possível arte e cultura à maioria.

Equipe coordenou a itinerância do projeto

DOMINGO foi de intensa atividade em frente ao Comitê de Desenvolvimento do Loteamento Dunas (CDD). Pagode com o grupo “Desse Jeito”, carnavalescos da Escola de Samba Mirim Pica Pau, basquete de rua, sonoridade do “Sopapo” e Hip Hop. Projeto exitoso, Dunas Rap requer urgência na continuidade.