Diário da Manhã

Ítalo Gomes apresenta carta de renúncia da presidência do Pelotas

Ítalo (direita) deixa à presidencia do Pelotas e deve ser substituído pelo primeiro vice Lúcio Barreto (esquerda)
Foto: Arquivo

Como estava previsto, Ítalo Gomes deixou a presidência do Pelotas. Nesta segunda-feira, ele entregou a carta de renúncia, interrompendo sua trajetória no comando do clube, já que o mandato se estenderia até maio de 2015. Lúcio Barreto deve assumir o cargo, pois é o primeiro vice-presidente eleito. O segundo vice-presidente é Roberto Larrossa. A mudança na presidência executiva será tema de reunião do Conselho Deliberativo – provavelmente ainda nesta semana.

Ítalo Gomes deixou claro na semana passada que deixaria a presidência do Pelotas tão logo se encerrasse a participação do time no Campeonato Gaúcho. Ele chegou a dizer à reportagem do DIÁRIO DA MANHÃ, que o Pelotas necessita de uma “limpeza geral: do presidente ao roupeiro”. Lúcio Barreto está disposto a assumir a presidência. Ele já vem tratando da composição de sua diretoria, que terá mudança total no departamento de futebol. O setor será profissionalizado.

O segundo vice-presidente Roberto Larrossa foi informado no final da tarde da renúncia de Ítalo Gomes, mas não quis se pronunciar sobre o assunto. Revelou também que não tem decisão tomada sobre sua permanência na diretoria clube, apesar de ter sido eleito para o cargo. “Nem me encontro na cidade e, por isso, não tenho nada a declarar”, afirmou.

Ítalo Gomes se desgastou com a má campanha do Pelotas no Gauchão, culminando com o rebaixamento para a segunda divisão. Há pouco mais de dois meses, o dirigente era festejado pela conquista de três títulos e pela garantia de vaga no Campeonato Brasileiro da Série D.

Trajetória

– Ítalo Gomes assumiu a presidência do Pelotas no dia 3 de junho de 2013, liderando uma chapa denominada de “consenso”, pois impediu a disputa eleitoral no clube. Aos 30 anos, era o segundo presidente mais jovem da história do Lobão (Luiz Antônio Aleixo chegou ao comando do Pelotas pela primeira vez aos 29 anos).

– Na gestão de Ítalo Gomes, o Pelotas encerrou o jejum de quase 10 anos sem vitória em Bra-Pel. E conquistou três títulos: Copa Sul/Fronteira, Supercopa Gaúcha e Recopa. Garantiu também vaga na Série do Brasileiro.

– O trabalho vencedor se desfez no Gauchão. O time encerrou a competição na lanterna e rebaixado para a Divisão de Acesso. 

Moacir Elias: hora da serenidade

Moacir Elias

É preciso agir com serenidade. É desta maneira que o presidente do Conselho Deliberativo do Pelotas, Moacir Elias, entende que a questão da vacância na presidência do clube deva ser tratada. Ele confirmou que Lúcio Barreto assume o comando do Áureo-Cerúleo num primeiro momento como vice-presidente no exercício da presidência. Não existe ainda data marcada para a reunião, que irá definir o substituto de Ítalo Gomes, que entregou a carta de renúncia nesta segunda-feira.

“O momento é de uma dor muito intensa, mas temos que trabalhar com serenidade”, afirmou Moacir Elias. “Vamos seguir as normas estatutárias. A vida do clube segue sua normalidade, com o Lúcio Barreto no exercício da presidência. Depois, o Conselho vai se reunir para tratar da vacância na diretoria”, completou.

Barreto deve ser conduzido à presidência do Pelotas e, nesse casso, terá que ser feita a eleição de um novo primeiro vice-presidente. Moacir Elias frisou que o momento não é de apontar culpados pelo fracasso no Gauchão. “Ninguém é eleito para vencer ou perder, mas sim para administrar”, frisou.

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Dignidade

O Pelotas se despediu do Gauchão da mesma maneira em que passou quase toda a competição: perdendo. Segurou os reservas do Grêmio até os 17 minutos do segundo tempo, quando levou o primeiro gol. Depois: um, dois, três gols. Mesmo que tivesse vencido a partida, nem assim seria uma despedida digna. O Lobão perdeu a dignidade a cada rodada. Sofreu 11 derrotas em 15 partidas. Foi quem mais perdeu. E para não deixar dúvida sobre o rebaixamento ficou com a pior defesa (28 gols sofridos) e pior ataque (12 gols marcados).

– Sandro Sotilli encerrou a carreira nesta campanha de rebaixamento do Pelotas, mas sem prejuízo a sua imagem de ídolo. Pelo contrário, saiu com o consagrador reconhecimento da torcida.