Feminicídios e homicídios têm redução no Estado, mas os latrocínios tiveram elevação em abril
O quarto mês de 2022 se encerrou com retorno à tendência de queda nos homicídios no Rio Grande do Sul, observada ao longo dos últimos três anos. O número de vítimas caiu 11,6%, de 129 em abril de 2021 para 114 neste ano. O resultado contrapõe-se a uma ligeira alta em março.
Na soma de janeiro a abril, o Estado também registra queda nos assassinatos, de 564 no ano passado para 544 (-3,5%) – tanto no recorte mensal quanto no acumulado, os totais atuais são os menores desde 2006.
O foco territorial adotado pelo programa RS Seguro, para combater o crime nos locais que apresentavam os indicadores mais elevados ao longo da última década, teve impacto significativo para diminuição dos homicídios no Estado. Entre os 23 municípios priorizados para monitoramento intensivo pela Gestão de Estatística em Segurança (GESeg), nove encerraram o mês sem nenhum assassinato – Cachoeirinha, Esteio, Gravataí, Guaíba, Ijuí, Lajeado, Novo Hamburgo, Pelotas e Viamão.
Das 23 cidades priorizadas, 16 tiveram queda ou estabilidade no número de assassinatos em abril, na comparação com o mesmo período no ano passado. E no cenário acumulado de quatro meses, entre as 10 maiores reduções no número de vítimas, em relação ao mesmo intervalo de 2021, sete ocorreram em cidades que integram o grupo priorizado pelo RS Seguro.
FEMINICÍDIOS – Após três meses em alta, os crimes de feminicídio tiveram queda em abril. Houve nove vítimas de assassinatos por motivo de gênero no Estado, cinco a menos que as 14 de abril do ano passado, o que representa baixa de 35,7%. Embora significativa, a diminuição ainda não foi suficiente para reverter o cenário no acumulado desde janeiro, que ainda contabiliza duas vítimas a mais que no mesmo período de 2021, passando de 34 para 36.
Entre as vítimas, persiste o perfil identificado pelo Mapa dos Feminicídios 2021 da Polícia Civil, que analisou todos os casos ocorridos no ano passado – a maioria das mulheres não tinha registro de ocorrência anterior contra os agressores. Das nove vítimas em abril, apenas uma contava com medida protetiva de urgência vigente.
LATROCÍNIOS – O número de roubos com morte no mês passou de três, em 2021, para seis neste ano (100%). Ainda assim, o índice é o quarto menor da série histórica e se mantém no patamar observado nos últimos três anos, entre um dos mais baixos na curva de evolução desde 2002. Comparado com o dado de 2018, antes da implantação do RS Seguro, quando o Estado teve 14 latrocínios em abril, a marca deste ano representa retração de 57,1%.
Apesar da elevação em abril, o acumulado de latrocínios desde janeiro se mantém na menor soma desde o início da série histórica, em 2002. Foram vinte casos em todo o Estado nos primeiros quatro meses deste ano, um a menos que no mesmo período de 2021. Na comparação com o pico, de 72 ocorrências de roubo com morte de janeiro a abril de 2017, o dado atual representa uma retração de 72,2%.
ROUBO DE VEÍCULOS – Foram 328 casos de roubos de veículo no Estado, 23% menos que os 426 registrados no mesmo mês em 2021 – o dado atual é o menor já contabilizado desde o início da série histórica para o mês, em 2002. No acumulado, o cenário é semelhante. Houve redução de 20,9% em relação ao período de janeiro a abril do ano passado, com queda de 1.936 ocorrências para 1.532. Comparado com o pico, em 2017, quando 6.649 condutores tiveram seus veículos levados por assaltantes nos quatro primeiros meses do ano, a marca de 2022 representa retração de 77%, ou 5,1 mil roubos de veículos a menos.
TRANSPORTE COLETIVO – Outro crime relacionado ao tráfego urbano, que apresentou expressiva redução em abril, foi o roubo a transporte coletivo. Em todo o Estado, houve 47 ocorrências, menos que a metade (53%) dos cem casos registrados no mesmo mês do ano passado. A marca em 2022 é também a menor de toda a série de contabilização, iniciada há uma década.
ATAQUES A BANCO – Outros dois crimes contra o patrimônio que atestam a tendência generalizada de redução no Estado, tanto no meio urbano quanto no rural, são os ataques a banco e os furtos de gado (abigeatos). Em ambos, a queda verificada em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, foi de 28%. A soma de ações contra instituições financeiras no RS baixou de sete para cinco (quatro furtos e um roubo), enquanto os furtos de gado caíram de 468 para 333 – esta última marca, a menor da série histórica de abigeatos para o mês, iniciada há uma década.