FESTAS JUNINAS : Conheça a origem das tradições
Nessa época do ano, as festas se enchem de bandeirinhas coloridas, o cheiro de milho cozido, pamonha, pipoca tomam conta dos ambientes, os dançarinos se embalam ao som do forró e o barulho dos estalinhos anima a criançada.
Quem não gosta de comer pé de moleque e paçoca, brincar de quadrilha e se divertir com as brincadeiras de pau de sebo e pescaria? Mas as festas juninas que comemoramos hoje nem sempre foram assim. Aliás, as culturas foram trazidas por vários povos diferentes e por diversas razões foram se transformando e se incorporando aos costumes brasileiros para criar essa tradição.
ORIGEM DA QUADRILHA
A festa junina é a segunda mais importante festa popular da cultura brasileira, ficando atrás somente do Carnaval. E como boa festa brasileira, não poderia faltar a dança, que é a quadrilha.
A quadrilha tem origem numa dança popular realizada por camponeses europeus durante a Idade Média. Foi trazida para o Brasil no século 19, onde se fundiu com danças e tradições populares brasileiras como uma forma de agradecimento pela colheita aos três santos católicos: Santo Antônio, São João e São Pedro.
A dança representa de forma animada os principais aspectos da vida no meio rural.
CONHEÇA DEZ SIMPATIAS TRADICIONAIS DAS FESTAS JUNINAS
Junto a quadrilhas, o forró e as comidas típicas, as comemorações populares dos dias de Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho) também têm como tradição as simpatias. As finalidades são diversas: trazer proteção, felicidade e dinheiro. Porém, os maiores pedidos nos festejos juninos são relacionados ao amor. A maioria das simpatias serve para ajudar quem quer “arrumar um casamento”. Ou, como dizem no interior, “um casório”.
1 – Para descobrir o nome do futuro amado (a)
Na véspera da festa de São João, encha a sua boca de água e fique escutando a conversa de alguém atrás de uma porta. O primeiro nome próprio (de homem ou mulher) que você escutar será o nome do próximo namorado ou namorada.
2 – Faca na bananeira mostra a inicial do seu futuro namorado (a)
Essa simpatia tem que ser feita na véspera da festa de São João (23 para 24 de junho). Pegue uma faca nunca utilizada e coloque no caule de uma bananeira. No outro dia, tire a faca. O leite da planta vai formar uma letra, que é a inicial do seu amor.
3 – Cravo, alecrim e manjericão garantem proteção e felicidade
O banho que garante felicidade e proteção tem que ser feito com cravo, alecrim e manjericão. No dia 24 de junho, tome um banho com a mistura e peça proteção e alegria para São João.
4 – Tire suas dúvidas sobre com quem namorar na noite de São João
Se você está balançada (o) entre dois amores e não sabe quem escolher, a dica é escrever o nome dos (as) pretendentes em um pedaço de papel e jogar em uma bacia com água. O primeiro que desenrolar é o escolhido. Detalhe: a simpatia tem que ser feita na noite de São João.
5 – Sal para fisgar o pretendente
Essa simpatia é só para mulheres. Na noite de São João, vá até a mesa onde estão os quitutes da festa e jogue uma pitada de sal (que deve estar guardada na sua bolsa). Fale (mentalmente) “A boca que este sal provar é daquele que vai me amar”. Aí, é só ver quem vai comer o salgado.
6 – No dia de São Pedro, seu amor vai aparecer em seus sonhos
Depois das celebrações do dia 29, pegue um pouco do que sobrou do almoço e jantar. Prepare a mesa com toalhas brancas, a comida e os talheres. No sonho dessa noite, você conhecerá o seu amor.
7 – São Jorge vai ajudar São Pedro a proteger a sua residência
Com um vaso da planta Espada de São Jorge. Na véspera do dia de São Pedro, coloque a chave da sua casa em um copo com água e peça proteção a São Pedro com a seguinte frase: “ São Pedro, apóstolo e guardião, envolva toda a minha casa em sua proteção”. No outro dia, despeje a água do copo no vaso com a planta e repita o pedido.
8 – Pão de Santo Antônio para não lhe faltar comida
No dia 13, vá a igreja receber o “pãozinho de Santo Antônio”. O pão abençoado deve ser deixado com outros mantimentos da casa para que ele “não faltem jamais”.
9 – Santo Antônio casamenteiro parte 1
A primeira dica para conseguir um namorado (a) com a ajuda de Santo Antônio é pegar uma fita vermelha e amarrar na imagem do santo. Dê nós e faça o seu pedido. Depois reze e coloque o santo de cabeça para baixo. Só o desvire depois que conseguir conquistar o seu amor.
10 – Santo Antônio casamenteiro parte 2
Na noite de 12 de junho, pegue um palito de dente e escreva o seu nome e o do (a) pretendente em uma vela branca. Passe a vela no mel e acenda. Dizem que Santo Antônio traz a pessoa amada em poucos dias.
COMIDAS TÍPICAS MARCAM AS FESTIVIDADES JUNINAS
Uma das principais atrações das festas juninas é a culinária típica. Como o mês de junho é tempo da colheita do milho no Brasil, os pratos mais comuns durante os festejos de junho são feitas a partir do grão. Além de servir para o consumo sendo cozido, assado e frito, o milho pode é usado como base para inúmeros pratos, como curau, canjica, pamonha, pipoca, cuscuz, bolo, entre outros.
Além desses alimentos, as festas juninas são marcadas por um cardápio variado e com tradições que remontam ao interior do país: arroz doce, amendoim, paçoca, pinhão, broa de fubá, cocada, pé de moleque, quentão, batata doce assada, mané pelado (bolo de mandioca e queijo) e maçã do amor.
As receitas variam de acordo com a região do país, com a oferta de produtos e a cultura local. Podem mudar, também, de nome. Por exemplo: o que é conhecido como canjica por grande parte dos brasileiros é chamado de mugunzá pelos nortistas e nordestinos. E o que é canjica no Norte e no Nordeste, é conhecido no restante de país como curau.
VOCÊ CONHECE AS HISTÓRIAS DA BANDEIRINHA, BALÃO E FOGUEIRA DE SÃO JOÃO?
Forró, quentão e canjica não podem faltar nos festejos juninos. Mas para um arraiá ser bom de verdade, é preciso caprichar na decoração. Bandeirinhas, balões e fogueiras deixam o arrasta-pé ainda mais animado. Você conhece a história de cada um desses três símbolos?
De origem europeia, a tradição junina acabou se incorporando à cultura brasileira. No nordeste, principal reduto dessa manifestação popular, esses apetrechos não passam despercebidos por quem visita a região no mês de junho.
Há muitos anos, era comum que nas festas juninas as imagens dos três santos do mês (Santo Antônio, São João e São Pedro) fossem gravadas em grandes bandeiras coloridas. Essas bandeiras eram colocadas em água em evento conhecido como lavagem dos santos. A ideia era a purificação da água e de quem se banhasse com ela. Com o passar do tempo, as grandes bandeiras – ainda presentes em alguns lugares – deram lugar às famosas bandeirinhas em alusão a esse ritual.
Por trás do aconchego trazido pela fogueira nas frias noites de inverno, história também não falta. Para os cristão, a fogueira representa o nascimento de São João Batista. Isso porque Santa Isabel teria usado o recurso para avisar a Maria que seu filho ia nascer e de que precisava de ajuda no parto. Alguns contam ainda que a fogueira protege dos maus espíritos, com poder de arrasar plantações inteiras.
Já os balões serviam como uma forma de comunicação. Alguns eram soltos com o objetivo de avisar a parentes e vizinhos da região que a festança estava por começar. Vale lembrar que no Brasil a prática de soltar balões é crime. Além de ser um perigo para as pessoas, pode causar incêndios de grandes proporções.