FUTEBOL PELOTENSE : Acesso à Série B é o fato do ano
O fato positivo do ano não poderia ser outro se não o acesso do Brasil para a Série B do Campeonato Brasileiro. Uma conquista que altera o status do clube, colocando-o entre os 40 melhores times do futebol brasileiro. Além disso, o Rubro-Negro irá disputar uma competição, que se estende por sete meses, tem visibilidade e uma cota de, no mínimo, R$ 2,5 milhões. Nunca em sua história, o Xavante esteve numa competição tão valorizada. Quando participou da primeira nacional, na década de 80, o futebol não era o negócio que se transformou nos últimos anos.
O acesso para a Série B não foi um momento isolado. Até porque, o atual sistema de disputa do Brasileiro não permite mais que surja algo inesperado. Para chegar à segunda divisão é necessário passar por duas séries anteriores. É exatamente nesta capacidade de superação que o Brasil chama a atenção. São três acessos em três anos consecutivos: um no futebol gaúcho e dois no cenário nacional.
Na Série C, o Brasil disputou 22 jogos, somando oito vitórias, 11 empates e três derrotas. Seu ataque (o mais positivo da competição) marcou 31 gols e a defesa sofreu 20. Na hora decisiva, o time xavante passou cinco jogos sem sofrer gol e encarou enfrentamentos fora de casa contra equipes fortes como Tupi (vitória de 2 a 0), Fortaleza e Vila Nova (dois empates por 0 a 0).
Uma demonstração da importância do acesso para a Série B foi a manifestação da torcida no retorno da delegação a Pelotas, depois do jogo em Fortaleza. Cerca de 20 mil pessoas foram às ruas para comemorar a façanha. A mais importante de todas em 2015.
O jogo inesquecível
O melhor jogo do ano poderia ter sido o Brasil x Flamengo pela Copa do Brasil. Um reencontro depois de 30 anos. Ou então, a épica virada diante do Londrina no Bento Freitas, com três gols em seis minutos – todos marcados por Leandrão. Ou ainda a virada de 3 a 2 diante do Juventude, no Alfredo Jaconi… Mas nada se compara ao jogo com o Fortaleza no Castelão. Primeiro pela importância: valeu o acesso à Série B do Brasileiro; depois, pela resistência defensiva do Xavante para segurar a pressão do adversário.
Zimmermann, o personagem do ano
O principal acerto do presidente Ricardo Fonseca em suas quatro gestões foi a de escolher, em maio de 2012, o técnico Rogério Zimmermann para ser o comandante da equipe do Brasil. Não é exagero em dizer que a história recente do clube se divide em antes e depois do retorno do treinador ao Bento Freitas. Ele é mais do que o técnico: é a principal liderança do Rubro-Negro. Transfere sua personalidade a um time vencedor.
Na temporada de 2015, Zimmermann continuou fazendo história. Levou o clube pela segunda vez ao bicampeonato do interior, o que não ocorria desde 1983/1984. Pelo segundo ano seguinte, o Xavante foi semifinalista do Gauchão. Por consequência manteve a equipe no calendário da Copa do Brasil (neste ano teve o histórico confronto com o Flamengo, permitindo o retorno do Brasil ao Maracanã, depois de 30 anos).
Zimmermann levou o Brasil ao que parecia ser um sonho distante – quase inalcançável: a conquista de vaga na Série B do Brasileiro. Uma campanha tão boa que – mesmo passando seis jogos sem vencer no segundo turno – não saiu do G-4. Na reta final passou cinco jogos sem tomar gol e resistiu à pressão do Fortaleza no Castelão, com 60 mil torcedores contra.