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Há 129 anos de olho no clima da região

Há 129 anos de olho no clima da região
17 julho
16:55 2017

Três vezes ao dia, pela manhã, tarde e noite, o observador Lino Omar da Luz, que trabalha na Estação Agroclimatológica de Pelotas, localizada no Campus Capão do Leão da UFPel, registra informações referentes à temperatura, umidade, chuva, pressão, luz solar e vento, entre outras.

Ao entrar no campo da Estação, ele olha para o céu, faz anotações e depois percorre o conjunto de aparelhos meteorológicos instalados no local. Esta rotina, cumprida diariamente pelo servidor, faça chuva ou faça sol, tem uma história, ininterrupta, de mais de 129 anos, iniciada em 1º de maio de 1888.

Os resultados deste trabalho têm uma diversa gama de aplicações, que vão desde na agricultura, passando pelo ensino e pela pesquisa, até chegar em serviços como a Defesa Civil.

Há 129 anos, Estação registra o clima da região, em benefício do ensino e da sociedade

Há 129 anos, Estação registra o clima da região, em benefício do ensino e da sociedade

Funcionando através de um convênio mantido entre UFPel, Embrapa e Inmet(Instituto Nacional de Meteorologia), a Estação está ligada à Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (Faem) da Universidade. Todo o aparato tecnológico, como também as áreas físicas de manutenção de equipamentos, laboratórios, de administração e de arquivos, está localizado logo na entrada do Campus Capão do Leão da UFPel, no caminho de quem vai para a Barragem do São Gonçalo.

O arquivo é formado por cerca de 800 volumes de cadernetas, onde estão registradas todas as medições, desde a primeira, feita no começo da manhã do primeiro dia do quinto mês de 1888.

O órgão está no Campus Capão do Leão apenas mais modernamente, a partir da década de 50, quando a Faem transferiu-se para a localidade, ainda distrito de Pelotas. Antes disso, funcionou sempre junto à Faculdade, no antigo e original prédio da Escola de Agronomia Eliseu Maciel, no centro de Pelotas, em frente ao Mercado Público da cidade.

“A Estação tem desempenhado importante papel no ensino e na pesquisa, bem como para toda a comunidade da Zona Sul do RS, desde sua criação”, afirma o coordenador do órgão, professor da Faem Edgar Ricardo Schöffel. Ele diz que a Estação é usada rotineiramente para aulas práticas de alunos de diversos cursos, de ensino médio, graduação e pós-graduação e, sobretudo, em pesquisas vinculadas ao setor primário, constituindo-se em referência na área, na UFPel e na Embrapa.

Os dados coletados todos os dias são repassados em seguida ao 8º Distrito de Meteorologia, em Porto Alegre, que os usa na previsão do tempo e nos estudos e registros relativos ao clima no RS.

Serviços

Utilizam as informações da Estação empresas agropecuárias, produtores rurais de todos os portes, órgãos governamentais como a Defesa Civil, prefeituras, o Judiciário, a própria Embrapa e a Emater, o Irga, setores como da construção civil e de seguros e pessoas físicas. O Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da UFPel (CPPMet) usa os dados da Estação na previsão do tempo que é divulgada para toda a mídia, como jornais, rádios, tevês e sites.

Através de boletins mensais, publicados em sua página, a http://agromet.cpact.embrapa.br/estacao/ , os dados são compilados e ficam à disposição de todos. Nos boletins, além das informações sobre temperatura e umidade do ar e do solo, chuva, pressão, luz solar e vento, há registros sobre as quantidades de dias com geada, granizo, orvalho ou nevoeiro.

“Em termos gerais, para a agricultura, o monitoramento meteorológico tem contribuído não somente para o aumento da produtividade, mas também para a melhoria da qualidade dos produtos e na preservação dos recursos naturais, como no controle da irrigação, no manejo de pragas e no prognóstico de geadas”, assinala o coordenador. Os serviços não têm custo.

Estação Agroclimatológica de Pelotas 04Tripé

O professor Ricardo ressalta que as informações são usadas direta ou indiretamente nos três pilares básicos da Universidade, que são o ensino, a pesquisa e a extensão. “Por isso, é do interesse de todos que a Estação atue por inteiro, para que as informações geradas sejam completas, exatas e elucidativas”, finaliza.

A equipe da Estação conta também com o coordenador substituto, Silvio Steinmetz, da Embrapa, os observadores Paulo Roberto da Silva e Vilson Garcia e a responsável pela elaboração do boletim Denise dos Santos. Contatos pelo mail [email protected] .

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