Mapa da violência será criado em Pelotas
Departamento de inteligência ligado ao GGI-M trabalha na criação de um banco de dados municipal
A construção de políticas públicas e a gestão da segurança em Pelotas passará pelo investimento em inteligência. A principal arma neste sentido é o fortalecimento do Observatório Municipal de Segurança Pública, iniciativa incluída no Pacto Pelotas pela Paz e que elabora um banco integrado de informações para subsidiar estratégias no combate à criminalidade.
O governo da prefeita Paula Mascarenhas tem a segurança como uma de suas prioridades. Desde a criação da Secretaria de Segurança Pública (SSP) neste ano, medidas importantes para o cuidado da população entraram em prática. Após colocar nas ruas o Grupo de Ações Rápidas (GAR) e a Patrulha Rural, e iniciar uma mobilização pela construção coletiva de um Plano Municipal de Segurança Pública, a qualificação do Observatório desponta como outra resposta a uma sociedade que clama por proteção.
Vinculado ao Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI-M), o Observatório assume a responsabilidade pela coleta de dados detalhados sobre os principais crimes e a elaboração de estatísticas. Dia, local, hora, tipo de delito e perfil dos criminosos e das vítimas estão entre as informações do levantamento. Com a análise das tendências e vulnerabilidades em cada um dos territórios, será possível conhecer quais os tipos de crimes reincidentes em cada região e as carências a serem supridas também em termos de prevenção.
A expectativa é de finalmente se ter condições de ver e entender o raio-x da cidade ao formatar um histórico completo do que acontece em Pelotas. Cada uma das instituições de segurança poderá elaborar estratégias a partir do compartilhamento das informações quantitativas e qualitativas do Observatório Municipal. “Cerca de 70% dos homicídios têm ligação com o tráfico de drogas. O estudo pode nos esclarecer quais ações implementar”, destaca o secretário de Segurança Pública, Aldo Bruno Ferreira.
Guia de estratégias
O órgão passou recentemente por uma requalificação, principalmente, de mão de obra especializada e modernização de sistemas. Agora, a equipe conta com seis integrantes com experiências em áreas estratégicas para trabalhar com o processamento dos dados. Entre os funcionários de carreira da Guarda Municipal e integrantes do GGI-M estão dois geógrafos, um sociólogo, um analista de sistemas e um administrador de empresas.
O uso da geoinformação ocupa destaque na lista de diferenciais do grupo apto a identificar a localização exata das ocorrências e gerar mapas para a análise dos fatos. O GGI-M e o recém criado Comitê Integrado de Prevenção Social da Violência (CIP) avaliarão esses indicadores e os usarão como guias para o planejamento e execução das estratégias ostensivas e preventivas no combate ao crime.