Março Azul chama a atenção para o câncer colorretal
Professor da UCPel, o médico coloproctologista Roberto Robaldo, orienta sobre os cuidados necessários para se evitar a doença
Apesar de ser o terceiro câncer mais comum no Brasil, ainda é pouca a atenção dada ao câncer colorretal. Ações programadas dentro da campanha Março Azul vem sendo realizadas para alterar a situação, e tem como principal objetivo orientar sobre a importância de se realizar o exame colorretal, assim como manter hábitos saudáveis ao longo da vida.
De acordo com o professor do curso de Medicina da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), o médico coloproctologista Roberto Robaldo, o câncer colorretal possui uma evolução lenta, por isso quando diagnosticado cedo tem 90% de chance de cura. “Devido a alta chance de cura quando diagnosticado precocemente, chamamos esse câncer de tumor camarada. A colonoscopia é o principal exame que realizamos para detectar a doença”, explica.
O câncer colorretal é silencioso em sua fase inicial. Por isso, a importância de se fazer o rastreamento preventivo para pessoas com 45 anos ou mais, mesmo que não apresentem sintomas. Quem tem casos deste tipo de câncer na família ou perceber mudança do ritmo intestinal deve procurar um médico especialista o quanto antes, acrescenta Robaldo.
No Brasil, os tumores do cólon e reto são o segundo mais comum tanto entre homens quanto mulheres. Só perdem para os cânceres de mama e de próstata. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) prevê o surgimento de 40 mil novos casos do câncer colorretal por ano.
ENTENDENDO A DOENÇA
O câncer colorretal tem início na parte do intestino grosso, reto e ânus. A grande maioria dos tumores colorretais se originam de um pólipo, que é um tumor benigno e assintomático, e pode ser retirado via exame de colonoscopia. Embora a doença seja mais frequente em pessoas acima dos 50 anos, ela também afeta pessoas abaixo dessa faixa etária.
Atualmente, o diagnóstico de câncer do intestino não é mais uma sentença de morte. A quimioterapia e a radioterapia nesse tipo de câncer evoluíram bastante e se tornaram mais individualizadas. “Por exemplo, o paciente que faz quimioterapia para o câncer colorretal não perde mais o cabelo e na maior parte das vezes não mal-estar forte. Tem situações em que a quimioterapia é só um comprimido”, explica Robaldo.
Entretanto, é importante ter o diagnóstico cedo. No país, 85% dos casos de câncer colorretal são diagnosticados em fase avançada, quando a chance de cura é menor. “Nesses casos a chance de cura cai para 10%. Mas é importante seguir o tratamento, garantindo mais tempo e qualidade de vida”, frisa o médico.
SINAIS DE ALERTA
- É indicado procurar atendimento imediato quando a pessoa apresentar sintomas, como:
- Mudança do ritmo intestinal;
- Distensão abdominal;
- Mudança no aspecto das fezes;
- Mudança na cor das fezes;
- Sangramento nas fezes;
- Falta de apetite;
- Perda de peso sem motivo aparente.
COLONOSCOPIA
O exame de colonoscopia é a forma utilizada para identificar o pólipo e removê-lo, prevenindo o câncer. Atualmente, o procedimento da colonoscopia com o avanço da tecnologia tornou o preparo mais tranquilo. Ocorrem algumas restrições de alimentos na véspera, junto a prescrição de laxantes. No dia, o jejum é de algumas horas com a administração de um laxante mais potente.
Na hora do exame, o paciente é sedado e não sente nenhum desconforto. Em seguida, o colonoscópio é introduzido pelo reto. Durante o exame, é possível retirar pólipos e extrair pedacinhos do intestino para biópsias.
Três grupos devem fazer o exame:
- Imediatamente, caso apresente sintomas;
Com 35 anos caso a pessoa tenha histórico familiar de pólipos ou câncer de cólon ou reto;